terça-feira, 16 de outubro de 2012

Diego Cañamero, secretário-geral do SAT, foi ontem preso e libertado horas depois

Diego Cañamero, secretário-geral do Sindicato Andaluz de Trabajadores (SAT), foi preso ontem de manhã pela Guarda Civil na sua terra, El Coronil. Foi depois levado para o Tribunal de El Prado, em Sevilha, para depor. É a terceira vez em menos de um ano que as forças repressivas espanholas prendem Cañamero para que seja presente a um juiz.

Pouco depois do meio-dia, depois de se ter recusado a depor, foi posto em liberdade, mas tendo de responder às acusações de insultos, ameaças e estragos em propriedade privada, factos que, de acordo com várias testemunhas, não ocorreram, mas de que é acusado pela ocupação simbólica da propriedade La Jarilla em 2008. Mais um passo na estratégia repressiva do Estado espanhol contra o sindicalismo de classe andaluz por não se calar e prosseguir a luta diária contra as injustiças sociais, o desemprego e os cortes.

Fontes judiciais disseram que a detenção está relacionada com a recusa de Cañamero em comparecer no tribunal de instrução n.º 8 de Sevilha, onde existe um processo pendente contra ele e outros sindicalistas por causa das mobilizações que o SAT realizou na propriedade «La Jarilla», em 2008, para protestar contra a decisão da empresa de não contratar várias dezenas de trabalhadores que se tinham sindicalizado.

Em resposta a esta «represália», o SAT, realizou greves, manifestações e ocupações durante vários em «La Jarilla», mobilizações de carácter pacífico e não violento.

Para o líder sindical, «os juízes seguem directrizes políticas do Governo. Escrevem as sentenças antes de os julgamentos começarem». Cañamero aponta o dedo directamente ao «Governo central», origem, na sua opinião, dessas directrizes políticas. A sua denúncia abrange também a Polícia, que acusa de lidar com «listas negras que depois passa aos juízes».

«Os juízes aceitam as acusações políticas sem protestar», afirma antes de fazer uma declaração de princípios: «Não há outra alternativa senão a revolta». Porque é isso o que o move: lutar contra o que considera um perseguição política, policial e judicial.
Cañamero afirma que nem ele nem os seus companheiros se vão render: «Não nos vão conseguir derrotar. Andamos há muito tempo nisto e vamos continuar». / Fonte: askapena.org