Jean-Pierre Pujos, parisiense de gema e residente em Itsasu (Lapurdi, EH), apresenta, com este conjunto ecléctico de retratos, a sua visão do País Basco. «A questão da língua pareceu-me ser um laço forte», realça o artista. E encontramos 120 retratos diversos e variados, com mulheres e homens, com todas as gerações e condições sociais misturadas, cada qual com a sua própria história, reflexo da diversidade de um povo.
Peio Etcheverry-Ainchart, autor do prefácio do catálogo, aborda o trabalho de Jean-Pierre Pujos: «Esta língua é o fio de ligação entre as personagens do livro... Não são todos bascófonos de nascença, muitos aprenderam a língua ou reaprenderam-na na idade adulta. E aqui reside a chave, a que abre as portas da identidade ao País Basco».
Retratos polémicos
Guy Mondorge, vice-presidente do Conselho Geral, que tem a seu cargo a cultura, criticou a exposição, considerando-a «política», mas o autor defendeu-se da acusação, afirmando que «a proibição da língua pode arrasar quem quer que seja» e que os retratos são para ele antes de mais uma questão de «respeito e humildade». Também o diz no prefácio: «Enquanto qualquer pessoa tiver a possibilidade de aprender o euskara, este país será plural, aberto e a sua identidade será partilhada». / Cécile VIGNAU / Ver: Lejpb / Euskaldun, de Pujos