segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Hodei Ijurko: o MP continua a pedir dois anos de prisão, apesar das contradições dos carcereiros

O preso político Hodei Ijurko foi hoje julgado na Audiência Provincial de Madrid, acusado de atentado à autoridade por factos ocorridos há dois anos na prisão de Soto del Real.

No seu depoimento, Hodei Ijurko disse que, no dia em que ocorreram os factos, dois funcionários entraram na sua cela e começaram a revistá-la, mexendo em todos os seus papéis. E tiraram-lhes uns que tinham que ver com as visitas e com facturas de telefone.

Então, explicou-lhes que esses papéis já tinham passado pelos filtros da segurança e que não lhos podiam tirar. Foi então que um dos dois funcionários lhe deu uma chapada na cara e o outro lhe bateu por trás e o atirou ao chão. Colocaram-lhe as algemas e deram-lhe pontapés enquanto estava imobilizado. Depois, vieram mais oito funcionários, entre os quais a chefe de serviço, que lhe disse: «na rua, que corajosos com as pistolas, e aqui querem a Lei». Na sequência deste incidente, o preso político do bairro de Iturrama (Iruñea) esteve dois anos em regime de isolamento.

A versão dos carcereiros, totalmente oposta
Os dois funcionários prisionais apresentaram uma versão bastante diferente, pois, segundo eles, foi Hodei Ijurko que lhes tentou tirar os papéis e bateu no braço de um deles, o que levou a que o outro funcionário se visse obrigado a dominá-lo no chão.
No entanto, entraram em contradição. Quando o magistrado do MP perguntou se Hodei Ijurko resistiu ao ser algemado, um carcereiro disse que sim e o outro que não. Nenhum deles pede uma indemnização por lesões, pois não se recordam de que lhes tenha provocado lesão alguma. Na verdade, nenhum dos dois funcionários apresentou queixa contra Ijurko; foi a direcção da prisão que o fez, depois de saber que o preso político tinha feito queixa dos funcionários.

Apesar de tudo isto, o MP mantém o pedido de 2 anos de prisão, enquanto a defesa pede a sua livre absolvição. De Iruñea, 25 pessoas deslocaram-se até Madrid para assistir ao julgamento, mas apenas cinco puderam entrar. / Fonte: ateakireki.com