Praças de municípios e bairros de todo o território basco foram hoje o palco de mais de 200 iniciativas em que se reclamou o respeito dos direitos dos presos políticos bascos, no âmbito da iniciativa «Goazen Plazara». O Herrira instou o Governo espanhol a «não misturar os direitos fundamentais com claves políticas». Mais de 28 000 pessoas responderam à iniciativa, que ultrapassou as fronteiras de Euskal Herria.
Mais de 220 localidades foram ao longo de todo o dia o palco de mobilizações e de todo o tipo de actos a favor dos direitos humanos dos presos bascos e da defesa de uma política penitenciária que se situe em claves de resolução, no âmbito da iniciativa «Goazen Plazara!». A chuva não constituiu um obstáculo e milhares de pessoas aderiram à exigência de respeito pelos direitos dos prisioneiros. A iniciativa também teve eco para lá das fronteiras de Euskal Herria, tendo havido mobilizações em Buenos Aires, Lisboa, Terrassa (Catalunha), Bruxelas e Londres.
Muitas pessoas a título individual e caras conhecidas de diversas áreas aderiram à convocatória, que pretende expressar um apoio social massivo à exigência de mudanças na política prisional.
Na mobilização que decorreu em Gasteiz, o representante do Herrira Manu Ugartemendia instou o Governo espanhol a «olhar para Euskal Herria», para assim ver que «a maioria da sociedade pede que sejam dados passos que favoreçam o processo de paz e que não se misturem os direitos fundamentais dos presos com claves políticas».
«Ninguém entende que a dispersão persista, nem que os presos gravemente doentes permaneçam na prisão, nem que haja decisões políticas como a pena perpétua. Trata-se de decisões que não ajudam à normalização política deste povo», sublinhou.
No acto de Gasteiz participaram representantes do Bildu, o secretário-geral do EA, Pello Urizar, o secretário-geral do ELA, Adolfo Muñoz, e a arguida no julgamento da D3M Amparo Lasheras, entre outras caras conhecidas de diferentes âmbitos.
Em Iruñea, seis colunas procedentes dos diversos bairros da cidade confluíram na Gaztelu plaza, onde Fran Balda reivindicou o respeito pelos direitos dos presos bascos, porque, «apesar de estarem presos, têm direito à saúde».
O membro do Herrira reclamou a «imediata» libertação dos 14 presos doentes, bem como a dos que cumpriram a sua pena na íntegra.
«Não vale que o Tribunal Constitucional atribua um carácter jurídico a uma decisão política e, assim, mantenham pessoas que já cumpriram a sua pena mais oito ou dez anos na prisão», referiu.
Com os actos de hoje, destacaram, «está-se a demonstrar, mais uma vez, a vontade de Euskal Herria, afirmando que o tempo político que estamos a viver necessita de outro tipo de medidas e que os direitos dos presos sejam respeitados». / Fonte: Gara / Ver também: Berria
Nas fotos, de cima para baixo, concentrações em Gasteiz / Donibane Garazi (Nafarroa Beherea) / Larrabetzu (Bizkaia) / Altsasu (Nafarroa) / Donostia (bairro de Egia) / Iruñea / Igorre (Bizkaia) / Lisboa