quinta-feira, 17 de maio de 2012

Os arguidos no caso D3M e Askatasuna exigem em tribunal a participação política de «todos os projectos»

O julgamento da D3M e do Askatasuna terminou hoje na Audiência Nacional espanhola. Nas conclusões finais, a Procuradoria retirou a acusação contra Fernando Antia e Aitor Liguerzana e diminuiu o número de anos às penas que pede para os restantes arguidos.

Nesse instante, o público começo a aplaudir as pessoas exoneradas e a presidente do tribunal, Manuela Fernández de Prado, avisou os presentes que mandaria evacuar a sala se não guardassem silêncio.

O magistrado Vicente González Mota pediu seis anos e cinco meses de prisão por «pertença» à ETA para Amparo Lasheras, Arantza Urkaregi, Elixabete Zubiaga, Agurtzane Solabarrieta, Hodei Egaña, Zuriñe Zorrozua, Iker Rodrigo, Imanol Nieto e Unai Berrostegieta.
Para Xabier Isasa e José Antonio Munduate, pediu cinco anos de prisão por «colaboração».

O representante do Ministério Público defendeu que os imputados são acusados de «servir a rede da ETA» e que no julgamento não se pode ter em conta a mudança de cenário político após o fim da actividade armada decretado pela organização armada basca.
Inicialmente, o Ministério Público reclamava para os arguidos penas entre os 9 e 7 anos de prisão por porem em marcha as candidaturas Demokrazia 3 Milloi (D3M) e Askatasuna, que queriam o voto de esquerda e abertzale nas eleições para o Parlamento de Gasteiz realizadas no dia 1 de Março de 2009.

A advogada Jone Goirizelaia solicitou a absolvição dos arguidos, tendo lembrado que a acusação se baseia em informes ad hoc criados para ilegalizar a D3M e Askatasuna.
Goirizelaia pediu aos magistrados que «corrijam» a percepção que existe em Euskal Herria de que «os tribunais espanhóis têm dois pesos e duas medidas», consoante os casos.
Disse também que a única coisa que ficou provada foi a participação política dos imputados.

Por seu lado, o advogado Kepa Landa também reclamou a absolvição dos seus representados, por entender que não cometeram qualquer acção com relevância penal, e impugnou as acções policiais pelas suas «falhas» na tradução do euskara, entre outras irregularidades.

No direito dos arguidos à última palavra, Amparo Lasheras exigiu ao tribunal, em nome de todos os acusados, que emita «um sim à liberdade de expressão de todas as ideias e à participação política de todos os projectos».
«Sentámo-nos no banco dos réus por defender e exercer direitos civis e políticos e, em particular, o da participação política, com base numa interpretação da legislação vigente que parece destinada a condenar ideias e a excluir da participação projectos políticos muito determinados», disse. / Fonte: Gara / Ver também: Berria