segunda-feira, 21 de maio de 2012

O movimento solidário com a greve de fome de Naia Lacroix alastra a outras prisões

Naia Lacroix foi detida a 7 de Fevereiro último. Acusada de tentativa de atentado contra interesses imobiliários, recebeu ordem de prisão. A sua detenção desencadeou um movimento de solidariedade, e mil pessoas manifestaram-se contra a sua situação em Senpere (Lapurdi).

A jovem senpertarra encontra-se actualmente na prisão de Gradignan, isolada de outros presos bascos, uma situação que Lacroix pretendeu ver alterada, solicitando-o inúmeras vezes. Isso não ocorreu até ao momento. Por vezes, funcionários perguntavam à presa política de Lapurdi: «Se não és membro da ETA, porque é que te queres juntar aos membros da ETA?».

Em Março, Lacroix deu início a uma acção de protesto para denunciar a sua situação. Enquanto a jovem presa estava no mitard, três raparigas foram até à prisão para se solidarizarem com ela, protestando contra o que se estava a passar em frente ao presídio. Acabaram detidas pela Polícia, acusadas de «parloir sauvage» - isto é, comunicar com um preso sem autorização. As três raparigas viriam a ser condenadas por um juiz de Bordéus.

Com as coisas neste estado, Naia Lacroix iniciou uma greve de fome no dia 14 de Maio. Em seu apoio, dois dias depois o preso Zuhaitz Errasti também entrou em greve de fome e, de acordo com as últimas informações, os presos políticos de Fresnes iniciaram uma greve de fome por turnos - e os presos de Villepinte e La Santé também estão preparados para aderir a esta iniciativa. Em apoio a Naia e Zuhaitz, os presos políticos de Lannemezan, por seu lado, vão rejeitar os pratos do almoço desde segunda-feira.

Com o propósito de denunciar a situação de Lacroix, tem havido diversas mobilizações em Senpere. Para além disso, no sábado passado a situação da jovem foi lembrada na mobilização realizada em Donibane Lohizune (Lapurdi), no âmbito da iniciativa «Goazen Plazara!». Foi ainda lançada uma petição que visa denunciar a situação dos presos.

Se as coisas não mudarem entretanto, Lacroix e Errasti estão determinados a iniciar uma greve de sede a partir de quarta-feira. Para amanhã, terça-feira o movimento Herrira convocou uma conferência de imprensa em Senpere. / Fonte: kazeta.info

ADENDA (22/05): Naia Lacroix pôs fim à greve de fome, depois de lhe terem dito que ia sair do isolamento
Prometeram à jovem de Senpere (Lapurdi) que iria sair da situação de isolamento - e nunca mais ser submetida a essa situação -, sendo transferida em breve para a prisão de Dijon. Depois de se ter alcançado este acordo, a jovem abandonou de imediato a greve de fome que iniciara a 14 de Janeiro. Note-se, contudo, que a prisão de Dijon fica a 850 km de Euskal Herria, ou seja, em troca do fim do isolamento a presa vai ficar bastante mais afastada do seu país.
Hoje à tarde, dezenas de pessoas participaram numa conferência de imprensa convocada pelo movimento Herrira, em Senpere, para denunciar a situação de Naia. Entre os diversos eleitos ali presentes estava também a autarca da localidade de Lapurdi, Christine Bessonart. / Ver: kazeta.info e topatu.info

O Colectivo de Presos e Presas Políticos Bascos (EPPK) é composto por 635 cidadãos e cidadãs bascos
A Etxerat fez saber que o Colectivo de Presos Políticos Bascos é composto por 635 presas e presos, que se encontram dispersos por 85 prisões. Apenas oito deles estão em prisões de Euskal Herria.
A grande maioria das presas e dos presos encontra-se em prisões de Espanha: 479 presas e presos políticos dispersos por 47 prisões.
Nas prisões de França encontram-se 137 presas e presos, dispersos por 30 prisões.
No que diz respeito a prisões de outros estados, são estes os dados fornecidos pela Etxerat: há um preso em Portugal, outro no Norte da Irlanda, outro em Inglaterra e outro no México.
Para além disso, há ainda onze presas e presos que, em virtude do seu estado de saúde, se encontram em regime de prisão domiciliária; há também um cidadão basco preso que se encontra confinado à localidade de Autun, em França. / Fonte: etxerat.info