Dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se esta tarde em Bilbo contra o prolongamento das penas aplicado aos presos políticos bascos, duas semanas depois de o Tribunal Constitucional ter aprovado a medida. A chuva acelerou o ritmo de uma mobilização em que os signatários do Acordo de Gernika pediram envolvimento e trabalho em prol da solução do conflito, «face ao imobilismo e ao bloqueio do Estado».
A mobilização partiu de La Casilla depois das 17h30, com o lema «Salbuespen neurriak indargabetu. Konponbide garaia da» [Revogação das medidas de excepção. É tempo de soluções], e terminou uma hora mais tarde na Câmara Municipal. A chuva foi uma presença constante, o que imprimiu à mobilização um ritmo mais acelerado do que é habitual nestas ocasiões. Quando a manifestação chegou à Câmara, ainda havia gente em Zabalburu.
«Presoak kalera, amnistia osoa» [os presos para a rua, amnistia geral] e «amnistiarik gabe, bakerik ez» [sem amnistia não há paz] foram as palavras de ordem que mais se fizeram ouvir entre os manifestantes, entre os quais se encontravam José Mari Pérez, Txuri, e José Ignazio Gaztañaga, que, juntamente com Juan Mari Igarataundi, foram libertados depois de o Tribunal Constitucional ter deferido os seus recursos contra a aplicação da chamada «doutrina Parot». Os três receberam um pequeno ongietorri no início da mobilização.
Junto a eles também se viam os ex-prisioneiros Gloria Rekarte, Cándido Zubikarai, Carlos Pérez Ojuel, Carlos Ezkurra e Asier Aranguren, entre outros.
Do espectro político, estiveram presentes Rufi Etxeberria, Hasier Arraiz, Joseba Permach e Maribi Ugarteburu (esquerda abertzale), os deputados da Amaiur Xabier Mikel Errekondo, Iñaki Antigüedad e Maite Aristegi; Unai Ziarreta e Pello Urizar (EA); Oskar Matute (Alternatiba), e Dani Maeztu (Aralar), entre outros.
Faixas por Iñigo Cabacas
À passagem por Abando, os manifestantes aplaudiram duas faixas em que se evocava Iñigo Cabacas e se denunciava a violência policial, intensificando-se os gritos de «Herriak ez du barkatuko» [o povo não perdoará].
Ver também: «Milaka lagun bildu dira Bilbon "salbuespen" neurrien aurka» (Berria)
«[Fotos] Novamente milhares de pessoas nas ruas de Bilbo, contra a pena perpétua» (boltxe.info)
Vídeo: Manifestação em Bilbo contra medidas de excepção aplicadas aos presos (Gara)
«[Fotos] Novamente milhares de pessoas nas ruas de Bilbo, contra a pena perpétua» (boltxe.info)
Leituras:
«197/2006», de Iñaki EGAÑA (Gara)
Jamás los vascos, ni siquiera los que defendieron la soberanía navarra, los que se sublevaron contra Tréville o Napoleón, los que participaron en las guerras carlistas, o los que se defendieron contra Mola y Franco, sufrieron semejante castigo. Jamás, Madrid y París se ensañaron contra los presos como lo están haciendo Rubalcaba, Rajoy, Fillon y Sarkozy.
«El orden de los factores», de Ramón SOLA (Gara)
Hay un dato que lo dice todo sobre la «doctrina Parot»: se inventó el 28 de febrero de 2006, es decir, cuando el Estado español ya sabía que venía un alto el fuego de ETA y se abría oficialmente un proceso de negociación. Como se vio luego, Madrid rechazó el acuerdo político al tiempo que pudría el proceso en el carril técnico. Pero ahora ha cambiado algo más que el orden de los factores.