75 anos depois de Gernika ter sido arrasada pela bombas da Legião Condor, por ordem de Franco, o Estado espanhol recusa o reconhecimento da autoria, ao contrário do que fez a Alemanha. Às 15h45, hora em que começou o bombardeamento, as sirenes e os sinos evocaram de forma emotiva aquela tragédia.
Vídeo: O bombardeamento de Gernika (Gara)
Vídeo: Sirene e flores no cemitério (BerriaTB)
Fotos: 75.º aniversário do bombardeamento de Gernika (Gara)
Vídeo: Homenagem ao jornalista George Steer (Gara)
Ano após ano é, sem dúvida, o momento mais emotivo de todos. Todos os anos, pelas 15h45, hora em que se iniciou o ataque que reduziu Gernika a escombros, a vila emudece durante quatro minutos. Quatro minutos em que é apenas possível ouvir o ruído das sirenes e o tocar dos sinos que uma vez anunciaram a chegada iminente dos aviões das tropas fascistas.
Assim foi hoje também e um bom número de gernikarras veio para as ruas assinalar e evocar em silêncio o que se passou. Em muitas janelas e varandas viam-se ikurriñas com crepes negros.
Às 16h30 teve lugar no cemitério de Zallo a oferenda floral aos falecidos.
Uma hora mais tarde, ao meio-dia, teve lugar a entrega do VIII Premio Gernika por la Paz y la Reconciliación, que este ano foram atribuídos a Roman Herzog, ex-presidente da Alemanha, de 1994 a 1999, à Lokarri e à Gernika Gogoratuz.
A entrega dos prémios serviu para dar a conhecer o acordo de cooperação que, sob o título «Marchemos juntos en paz», foi rubricado por sobreviventes dos bombardeamentos de Gernika e das localidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.
Por seu lado, o coordenador da Lokarri, Paul Ríos, desafiou os dirigentes políticos a fazer «um esforço sincero» para dar a todas as gerações que, de uma ou outra forma, estiveram marcadas pela violência a oportunidade de conhecer uma paz «baseada na convivência e no respeito».
Escultura de Basterretxea
Basterretxea destacou que a sua obra, que visa render homenagem à memória dos que sofreram o bombardeamento, é a que «mais intensamente» desejou testemunhar. «Espero que esta imagem seja capaz de alcançar a dimensão da dor que a memória colectiva guarda», disse.
Basterretxea insistiu também na necessidade de não esquecer. «Perdoar sim, mas esquecer, jamais», sentenciou.
O artista natural de Bermeo (Bizkaia) cortou a fita com que se inaugurou oficialmente a escultura, juntamente com o lehendakari, Patxi López; o autarca de Gernika, José María Gorroño; e o embaixador da Alemanha no Estado espanhol, Reinhard Silberberg, que esteve presente em nome do ex-presidente Roman Herzog.
O autarca pediu ao Governo espanhol que «restitua a honra dos bascos dizendo a verdade» como, segundo recordou, fez o Executivo alemão em 1997. «Os separatistas bascos não queimaram Gernika, é a hora da verdade», realçou Gorroño, que pediu também, «sem mais demoras», que o Guernica de Picasso seja levado para a localidade.
Por seu lado, López referiu que o bombardeamento de Gernika não deve servir para «procurar ao passado vinganças presentes, mas para construir um muro que, no futuro, impeça a violência em nosso solo».
«Gernika Sutan»
Os actos comemorativos prosseguiram às 19h00, quando cerca de 200 habitantes interpretaram a obra Gernika sutan por toda a localidade, terminando frente à Câmara Municipal. Uma manifestaçaõ silenciosa, organizada pela Gernika Batzordea, será o último acto da jornada. / Fonte: Gara
Gernika, 1937-2012
Mais informação:
«Gernika, 75. urteurrena (dossier especial)» (Berria)
«Há 75 anos, os fascistas bombardearam Gernika» (boltxe.info)
«A dor de Nagasaki revivida em Gernika», de Mikel PASTOR (Gara)
«O grande encontro de 1987 como referência», de Mikel PASTOR (Gara)
[Com vídeo] «Concentração de protesto contra as manobras militares em Elgeta» (goiena.net via SareAntifaxista)
El bombardeo de Gernika nos recuerda una de las características del estado español; La mentira. Pero no solo esa. También nos recuerda la impunidad.
En Gernika, el fascismo se mostró como es, igual que el Estado español con su actitud durante todos estos años. No engañan a nadie, y mucho menos a un país que quiere construir el futuro sin olvidar su pasado.
¿Cuál es el sentido de las maniobras actuales de la tropa en Elgeta? En esencia, hacer acto de presencia: alardear; afirmar, aquí estamos; vencimos y seguimos venciendo en esta tierra. Somos la misma tropa. Nos burlamos de vuestro sufrimiento e imponemos nuestras armas.