Embora o processo ainda não esteja encerrado, um seguidor do Osasuna enfrenta a dita pena por levar uma T-shirt com este anagrama medieval. O arrano beltza é uma figura que começou a ser utilizada pelo rei navarro Sancho, o Forte, com a sua chegada ao trono, em 1194. É usado habitualmente, e de forma legal, em bandeiras, escudos e até jóias, sem que o seu uso ou exibição na via pública sejam puníveis pela legislação comum.
O controlo policial sobre os hintxas vermelhos, especialmente para os que acedem a El Sadar pela zona do Graderío Sur, está a chegar a níveis que atentam contra a liberdade de expressão do indivíduo. Às já tradicionais multas por atirar objectos, proferir gritos, beber álcool ou fumar cannabis, junta-se agora a de levar uma determinada vestimenta para os jogos.
Foi o que aconteceu a um adepto do Osasuna no dia 23 de Outubro, quando o clube de Iruñea disputou um encontro com o Saragoça. Além de ser retido na zona de acesso e posteriormente expulso, este seguidor foi denunciado pela Polícia espanhola por vestir uma T-shirt com um arrano beltza com um punho fechado e a inscrição «Euskal Hintxak» na parte anterior.
Três meses depois de isto se ter passado - 24 de Janeiro deste ano -, o referido hintxa recebeu uma notificação da Delegação do Governo espanhol em Nafarroa na qual lhe era instaurado um processo de sanção. Enfrenta uma multa entre os 3000 e os 60 000 euros - o normal é que seja a quantia mínima - e a proibição de aceder a recintos desportivos por um período de seis meses a dois anos, considerando-se o facto como uma infracção grave, segundo a Lei contra a violência, o racismo, a xenofobia e a intolerância no desporto. / Natxo MATXIN / Notícia completa: Gara
Adeptos antifascistas do Sporting Clube de Portugal recordam Iñigo Cabacas
Passaram doze dias desde que Iñigo faleceu e Ares ainda não se demitiu!
Sporting Clube de Portugal 2-1 Athletic Club de Bilbao (Europa League)
Esta é uma de várias faixas que adeptos antifascistas do Sporting exibiram durante o encontro disputado contra o Athletic, em memória de Iñigo Cabacas. [Não foi apenas uma faixa]. / Fonte: SareAntifaxistaDe resto, ambiente impecável entre portugueses e bascos, antes, durante e depois do jogo. Aproveitando a deslocação do Athletic a Lisboa, a ASEH tinha feito um apelo ao convívio e à confraternização entre bascos e portugueses, independentemente das cores clubísticas de cada qual, e a verdade é que, ao longo da tarde, houve grande convívio e farra, na qual também participou muita gente da família sportinguista.
A única nota negativa tem a ver com a censura imposta à entrada. Vieram os zipaios e, por trás de uma grade, diziam aos seguranças que bandeiras e símbolos podiam entrar. Bandeiras da Sare Antifaxista? Para o lixo! Cartazes a reclamar o repatriamento dos presos? Para o lixo! Panos a reclamar a amnistia? Para o lixo!
Ainda assim, a solidariedade com os presos políticos bascos esteve bem presente em Lisboa e a justíssima reclamação «Euskal presoak eta iheslariak etxera!» [Os presos e os refugiados bascos para casa!], condição fundamental para se pôr fim ao conflito e se alcançar a paz, pôde ser vista em muitos sítios. E houve goelas bem abertas! Também para chamar aos zipaios aquilo que são.
Sobre o jogo e o ambiente:
«Bielsa considera a derrota justa mas espera recuperar em San Mamés» (Gara)