A família de Iñigo Cabacas emitiu ontem ao fim da tarde um comunicado em que expressou a sua «surpresa» perante as declarações do conselheiro do Interior de Lakua, Rodolfo Ares, que tachou de «falsas e caluniosas» as palavras da advogada da família, Jone Goirizelaia, acusando-a de agir ao serviço da estratégia dos «radicais abertzales».
Numa sequência de seis pontos, a família refuta a versão dos factos em que o conselheiro do Interior insiste, a começar pelas explicações dos motivos que estiveram na origem da carga policial que feriu mortalmente Iñigo. Sublinham que a Ertzaintza carregou sem avisar, de forma continuada e apontando as espingardas às pessoas, e que os agentes dificultaram a ajuda a Iñigo. «Se, para o conselheiro, agir numa causa policial investigando o que se passou é fazer política, que fique bem claro que todos aqueles que assinam este escrito vão continuar a fazer política».
«Nervoso deve estar o conselheiro perante tudo aquilo que referimos», diz-se na nota subscrita pelos pais de Iñigo Cabacas e pela sua representação legal, na qual fazem saber que ontem mesmo a representação do Departamento do Interior do Governo de Gasteiz lhes ofereceu uma indemnização, referindo «que era o mais conveniente porque era quase impossível conhecer a verdade e, dessa forma, chegar ao autor material».
«Não é o dinheiro que move o nosso interesse», salientam, esclarecendo que a família procura «justiça e garantias de não repetição, tudo isso com outro modelo de acção policial, que é a garantia de que não volta a acontecer», porque «essa é a nossa melhor homenagem a Iñigo».
A família Cabacas Lizeranzu pede ainda ajuda a quem puder apresentar vídeos ou gravações que possam esclarecer o que se passou, no sentido de que se ponha em contacto com os próprios familiares ou com o tribunal que tem a seu cargo a instrução da investigação, referindo-se em particular a «um rapaz e a uma rapariga jovem» que no momento dos factos se encontravam junto a Iñigo, sendo que não possuem qualquer elemento sobre sua identidade e que os seus «testemunhos seriam de excepcional importância para o esclarecimento dos factos». / Fonte: Gara / Ver também: SareAntifaxista e SareAntifaxista
Nota de imprensa da família de Iñigo Cabacas Lizeranzu [11/07/2012; na sequência das declarações de Ares]
Leitura: «Tres meses de humillación continuada a la familia Cabacas», de Borroka Garaia (BorrokaGaraiaDa)
Y no ha sido más tiempo porque no ha pasado más tiempo aún. Eso es lo que se desprende de toda la actividad generada por el departamento de interior, autoridades políticas y otros estamentos que del silencio sepulcral para tapar el asesinato de Iñigo Cabacas, intentandolo ocultar en un principio como un mero suceso del ámbito deportivo que no merece apenas una reseña en los medios, han pasado a enfangarse en la mentira abiertamente y sin ningún tipo de verguenza ni escrúpulo.