quinta-feira, 19 de julho de 2012

O Ministério Público britânico pede à Audiência Nacional espanhola que retire a ordem de detenção contra Antton Troitiño

O Ministério Público britânico perguntou ao tribunal especial espanhol se a ordem de busca e captura contra Antton Troitiño foi emitida no contexto da aplicação da «doutrina Parot» e se, nesse caso, não é afectada pela resolução recente do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) que decretou a libertação de Inés del Río, ao considerar que essa medida lhe foi aplicada de forma «irregular».

Mostrou-se ainda interessado na atitude que as autoridades espanholas vão tomar a este respeito e quis saber se vão apresentar recurso contra a resolução do tribunal europeu. Desta forma, o MP britânico propõe duas alternativas à AN espanhola: primeira: que deixe sem efeito a ordem de detenção emitida contra o cidadão basco; segunda: que, mesmo recorrendo da sentença do TEDH, decrete a liberdade preventiva de Troitiño, enquanto aguarda que sentença seja firme.

Antton Troitiño foi preso, juntamente com Iñaki Lerin, no dia 29 de Junho, em Londres, tendo sido posteriormente encarcerado.

O habitante de Intxaurrondo (Donostia) tinha saído da prisão de Huelva no dia 13 de Abril de 2011, depois de ter passado 24 anos na prisão. Mal foi posto em liberdade, foi alvo de uma campanha política e mediática com o intuito de forçar o seu regresso à prisão.

Assim, apenas uma semana após a sua libertação, no dia 20 de Abril de 2011, o mesmo tribunal que a tinha decretado, a AN espanhola, emitiu uma ordem de busca e captura contra ele. Nessa altura, já Troitiño se encontrava em parte incerta. / Fonte: naiz.info [Na imagem, familiares de Troitiño numa conferência de imprensa em Intxaurrondo (Donostia), em Abril de 2011.]

Pela imediata libertação de Inés: «El Estado español debe liberar de forma inmediata e incondicional a Ines del Rio», de Ezker Abertzalea (ezkerabertzalea.info)

O preso errekaldetarra Fernando Diez Torre foi posto em liberdade
O preso Fernando Diez Torre (Errekalde, Bilbo) foi libertado ontem, depois de ter passado 20 anos nas prisões do Estado Espanhol. Saiu do presídio de Villabona (Astúrias) à tarde, tendo chegado a Euskal Herria já de madrugada.
Fernando Diez foi detido em Tarragona (Países Catalães) em Março de 1992, acusado de pertença à ETA, sendo depois condenado a 20 anos de prisão. Em Setembro de 2011, a Audiência Nacional espanhola aplicou-lhe a doutrina 197/2006 (conhecida como «doutrina Parot»), prolongando-lhe o cumprimento da pena até 2022.

O Fernando chegou por volta das três da manhã ao bairro bilbaíno de Errekalde, onde foi recebido por cerca de 70 pessoas. Retirou a sua foto da parede na Zohardia Herriko Elkartea, e depois fez-se um brinde para festejar o seu regresso a casa. [Ongi etorri!]
Fernando é um dos cinco presos bilbaínos que foram condenados à «pena perpétua». Os restantes são Inma Patxo, Fernando del Olmo e Joseba Artola (Alde Zaharra) e Josu Amantes (Indautxu).

Recorde-se que na semana passada, numa sentença relativa ao recurso apresentado pela presa de Tafalla Inés del Río, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem apontou a irregularidade da aplicação da doutrina 197/2006, impôs o pagamento de uma indemnização à presa e solicitou ao Estado espanhol a sua imediata libertação. Contudo, o Governo do PP não manifestou intenção de acatar a resolução judicial, dizendo que ia recorrer. / Fonte: BilboBranka e BilboBranka


Muitos bascos e solidariedade com os presos no Tour de France
A reivindicação do repatriamento dos presos e dos refugiados políticos bascos esteve bem presente no Tour, sobretudo nas etapas que se realizaram na zona dos Pirinéus, onde a presença de seguidores bascos se fez notar mais.
Ontem e, porventura, ainda mais hoje, foi possível ver inúmeras ikurriñas e bandeirolas a reivindicar o repatriamento de presos e refugiados. De acordo com o Herrira, fez-se também o apelo à participação na manifestação que vai ter lugar em Baiona no dia 13 de Outubro. (herrira.org)