quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O Ekhi foi julgado em Iruñea por «ter falado em euskara» na presença de guardas civis

Ekhiotz Prieto, jovem de Oteiza (Lizarra, Nafarroa), foi hoje julgado no Tribunal de Iruñea. Inicialmente, era acusado de resistência grave à autoridade e de desobediência, e incorria numa pena de seis meses de prisão. No entanto, no final do processo sumário o procurador concluiu que os factos não constituíam um crime, mas uma contravenção. O Ekhi fica agora à espera da sentença; a advogada Arantza Izurdiaga mostrou-se optimista, tendo em conta a atitude do procurador, e destacou ainda as muitas contradições nos depoimentos dos guardas civis.

Ontem, o portal ateakireki.com noticiou este caso. Os factos ocorreram a 26 de Março do ano passado. Nesse dia, um carro da Guarda Civil encontrava-se parado junto ao restaurante Katxetas, na Alde Zaharra [Parte Velha] de Lizarra. Os guardas civis estavam a identificar sete jovens, e o que hoje foi julgado perguntou em euskara a um amigo o que se estava a passar. Os guardas civis ficaram nervosos, e, de forma impetuosa, um deles disse-lhe que traduzisse o que tinha dito. Segundo o jovem contou ao Berria, eles tomaram a pergunta como um insulto contra eles.

Quando foi identificado, o guarda civil começou a gozar com o nome basco no BI, e o jovem disse-lhe que já estava identificado e que não tinha nada a fazer ali, e começou a afastar-se. Então, os militares empurraram-no e, «nervosos», no meio da gente que entretanto se juntara, bateram-lhe com o cacetete.

O Ekhi esteve um ano à espera de julgamento. Neste período, cruzou-se por diversas vezes, tanto na rua como nos controlos de estrada, com os dois guardas civis, e um deles ameaçava-o com a «grande pena que ia apanhar». Por isso, o Ekhi recebeu com alívio a reacção do procurador e o final da sessão.

A Polícia Foral procedeu a identificações
Muita gente veio de Lizarraldea para assistir ao julgamento e apoiar Ekhiotz. Depois do julgamento, o fotógrafo da Argazki Press pediu-lhes que abrissem a faixa por um instante, para fazer uma foto. O jornalista pode confirmar que foi mesmo um instante. Depois, algumas pessoas dirigiram-se para Lizarra; outras foram tomar um café a uma taberna nas imediações. Apareceu então a Polícia Foral e pediu a identificação a três ou quatro pessoas, por terem realizado uma concentração; contudo, elas negaram que tivessem estado com a faixa. Os polícias disseram-lhes que iam verificar tudo na vídeocâmara. / Ver: Berria e ateakireki.com [APA MAJO!]