Assumindo a necessidade de consenso, o Batasuna definiu as competências de uma futura instituição para Ipar Euskal Herria [País Basco Norte]. Tachou o comportamento de alguns cargos eleitos do PS de «sabotagem».
O Batasuna deu ontem a conhecer a sua visão sobre o processo que se está a dar em Ipar Euskal Herria com vista à criação de uma nova instituição assente no projecto de descentralização do Governo de Paris. Salientando a importância histórica do momento, assumiu as concessões feitas à sua exigência de autonomia para encontrar o consenso.
A instituição projectada pelos abertzales deveria possuir as competências de ordenação do território, habitação, desenvolvimento económico, transfronteiriço, cultural e linguístico. Ou seja, para lá das do actual departamento e próximas das da região. Xabi Larralde explicou-o assim: «Se não pode gerir, o transfronteiriço ficará muito limitado. Para ser uma potência económica e social, tem de trabalhar com Hego Euskal Herria». O Batasuna também defende que o estatuto seja evolutivo, seguindo a vontade da sociedade basca.
«Para alguns políticos franceses, o pretexto para não se constituir uma instituição própria em Euskal Herria é a violência, mas já não há desculpas. Seria incompreensível que Euskal Herria fosse uma excepção na descentralização», comentou. [Menudas chorradas nos contais; a França, exportadora de violência colonialista-imperialista de antanho e hodierna, tem cá uma moral para falar da dita!]
A oposição a esta nova instituição viu-se reflectida na posição dos representantes socialistas, na votação de quinta-feira passada, que teve lugar no Conselho de Eleitos. «Realizou-se um grande debate e conseguiu-se uma ampla maioria, mas, quando chegou o momento de decidir, quiseram voltar ao debate, e isso é uma sabotagem ao projecto», disse.
O Batasuna também fez um balanço do processo de resolução iniciado em Euskal Herria. «O Governo de Rajoy está na posição de defender o statu quo», disse o porta-voz do Batasuna, acrescentado «que o Estado francês pode contribuir para a solução. Apelamos ao novo Governo para que escolha bem, porque a posição do Estado espanhol é insustentável a longo prazo».
Sobre a Diada na Catalunya, Larralde referiu: «Foi um acto fundamental. Estão a evoluir para uma maior soberania e isso tem de possuir uma expressão democrática». / Idoia ERASO / Notícia completa: Gara
ADENDA: «Os eleitos bascos irão a Paris com uma só voz» (naiz.info)