A Polícia Nacional espanhola deteve Jon Igor Urresti Osa em Ondarroa (Bizkaia) pouco depois da meia-noite. O Tribunal n.º 3 da Audiência Nacional espanhola ordenou que ficasse incomunicável e o Ministério do Interior espanhol informou que o acusam de «colaboração com organização terrorista».
De acordo com fontes policiais, foram efectuadas buscas em sua casa. Mas não foram divulgados mais elementos sobre a operação, nem sobre a acusação concreta contra o biscainho.
A Polícia informou que recolheu «documentação e material informático» na casa do ondarroarra durante as buscas, que começaram às 0h30 e terminaram às 5h00.
O detido será transferido para a esquadra de Canillas, em Madrid, embora fontes policiais tenham afirmado que será «inspeccionado» antes por um médico em Bilbo.
O TAT alerta
O Torturaren Aurkako Taldea (TAT) [Grupo contra a Tortura] manifestou-se preocupado com a forma como Urresti venha ser tratado pela Polícia espanhola, tendo chamado a atenção para o facto de «neste momento haver dois detidos – Urresti e Imanol González – que correm grande perigo de ser torturados», tendo por isso exigido que sejam tomadas «medidas urgentes para o evitar», sendo a primeira delas o fim do regime de incomunicação.
Enquanto esse regime estiver em vigor, o TAT pede que o detido seja imediatamente levado à presença de um juiz, que todo o período de incomunicação seja gravado, que o detido possa ser visitado pelos seus médicos de confiança, que possa ser assistido por um advogado de confiança e que os familiares sejam informados do seu estado e paradeiro.
Pediu também a instituições, partidos políticos, sindicatos e organismos bascos que se posicionem contra a tortura e se declarem publicamente contra o regime de incomunicação.
Imanol González, incomunicável em poder da Ertzaintza
O jovem Imanol González, natural de Karrantza, foi detido ontem de manhã em Balmaseda (Bizkaia), acusado de colocar um artefacto caseiro sob um autocarro estacionado em Lanestosa (Biakaiz) durante a greve geral de 29 de Março, há quase seis meses. Não chegou a explodir e foi desactivado.
O jovem continua incomunicável em poder da Ertzaintza, e o Torturaren Aurkako Taldea [Grupo contra a Tortura] mostrou-se preocupado por causa da forma como possa estar a ser tratado pela Polícia, considerando que «o risco de tortura é muito elevado quando se aplica o regime de incomunicação às pessoas detidas».