Na sexta-feira passada, o Município de Etxarri-Aranatz (Nafarroa) fez um apelo aos habitantes de Sakana e do resto de Euskal Herria para que participassem hoje ao meio-dia numa homenagem tributada desde 1980 aos mortos pelos franquistas em Otsoportillo, na serra de Urbasa. Calcula-se que ali, em 1936, 200 pessoas tenham sido atiradas para uma fossa comum, algumas delas com vida.
No texto lido em conferência de imprensa pelo autarca de Etxarri-Aranatz, Joxi Bakaikoa, afirma-se que «os responsáveis pela condução deste sistema político, PSOE, PP e UPN, não deram uma resposta satisfatória aos pedidos das vítimas do fascismo: reconhecimento da verdade, justiça e reparação. É ainda o povo, os cidadãos e as cidadãs, quem quer que não se esqueça o que se passou», salientou.
Bakaikoa sublinhou que o levantamento fascista de 1936 «encheu Etxarri e todas as terras de Sakana de sangue e lágrimas. Sindicalistas que se destacaram na defesa dos direitos dos trabalhadores e os agricultores mais pobres; vereadores e autarcas abertzales ou de esquerda; mulheres que trabalhavam e lutavam contra o machismo em defesa dos seus direitos; professores e professoras, médicos e funcionários que apostavam numa sociedade progressista. Todas estas pessoas sofreram a parte mais dura e cruel da repressão daqueles anos», lembrou Bakaikoa, que afirmou que «o novo panorama criado após a morte de Franco não esclareceu os acontecimentos nem trouxe a justiça que as vítimas do levantamento fascista merecem».