Coincidindo com a jornada de greve convocada pela maioria dos sindicatos bascos, começa amanhã, em Bilbo, o julgamento de treze jovens militantes dos Ikasle Abertzaleak, por incidentes ocorridos a 31 de Janeiro de 2008, durante uma reunião de professores da UPV-EHU.
O MP pede quatro meses de prisão para cada um deles, pelo crime de «desordem pública», apesar de, como eles mesmos contam, «o protesto ter decorrido de forma pacífica, apenas com gritos e exibindo cartazes».
Ikoitz Arrese e Iraide Lejarreta são dois dos treze jovens que naquele dia mostraram o seu repúdio contra a lista de sanções que a Reitoria da UPB queria impor e, de uma forma geral, contra a instauração do Plano Bolonha nesta universidade.
Ambos se mostram «tranquilos e confiantes» perante o julgamento, sabendo que agiram «com toda a legitimidade do mundo», pelo que esperam ser absolvidos.
O protesto que está na base do julgamento integrou-se num processo de luta contra o Plano Bolonha liderado pelos Ikasle Abertzaleak que já se vinha a desenrolar desde 2005, em conjunto com outras forças estudantis, com várias paralisações, greves e manifestações. No dia 20 de Dezembro de 2007, conseguiram juntar mais de 4000 pessoas numa manifestação no campus de Leioa (Bizkaia).
Arrese e Lejarreta consideram que, com este julgamento, «se procura criminalizar todo o movimento de oposição a Bolonha» e, en passant, «mandar a mensagem "exemplar" de que lutar pelos nossos direitos pode sair caro».
Contra o modelo neoliberal
Com a perspectiva que advém da passagem dos anos, ambos os jovens analisam aquela luta: «Foi muito positiva. Conseguiu-se juntar diferentes sensibilidades para fazer frente a um modelo de privatização, neoliberal», refere Arrese. «Conseguimos construir uma espécie de muro contra aquela decisão, conseguimos transmitir a mensagem do "estamos aqui, não vão passar por cima de nós"», acrescenta Lejarreta.
Por isso, ambos os militantes consideram que este julgamento tem muito de «instrutivo e simbólico», embora no mau sentido do termo. Assim, criticam o actual reitor, Iñaki Goirizelaia, e a sua equipa, que responsabilizam pela «imposição do Plano Bolonha, em vez de procurar o diálogo com todos os agentes estudantis», fazendo-o, para além disso, «com métodos de repressão nunca antes vistos».
O expoente máximo dessa repressão é, na sua opinião, a lista de sanções antes referida e ainda decisões como a de «conceder via livre à Ertzaintza para actuar na Universidade como bem lhe apetecer, utilizando para tal câmaras ou acedendo directamente aos dados dos estudantes». Para Arrese e Lejarreta, isto só mostra «que temos cada vez mais força, que nos temem». / Mikel PASTOR (Gara) / Ver também: topatu.info
Estudantes da NUP-UPNA aderem à greve e vão exigir responsabilidades legais pela intervenção policial
Comunicado dos estudantes para pedir responsabilidades legais por causa da intervenção ilegal da Polícia Foral na Universidade Pública de Navarra no acto de abertura do ano académico 2012/2013. E apelo à adesão à greve de dia 26 de Setembro. Fonte: ateakireki.com