A edição de hoje do Gara noticía a tese de quem acusa o Batasuna de seguir a actividade internacional 'desenhada pela ETA'. Durante o julgamento, a acusação não só atacou todas as organizações e dirigentes independentistas, como chegou ao ponto de acusar os comités de solidariedade com o povo basco, organizados em vários pontos do mundo, como o nosso, em Portugal, de fazerem parte da estratégia da ETA para retirar legitimidade ao Estado espanhol. Joseba Alvarez fez questão de explicar que estes comités surgem por iniciativa dos cidadãos desses mesmos países «solidários com a causa basca». «Todos os povos em luta que há no mundo têm comités de solidariedade», disse.
Nós, Associação de Solidariedade com Euskal Herria (ASEH), não só não reconhecemos qualquer legitimidade à 'justiça' espanhola como continuaremos solidários com a justa luta do povo basco pela sua liberdade. As acusações que nos fazem são um reconhecimento do nosso trabalho e reforçam o prosseguimento da nossa luta.
Gora Euskal Herria askatuta!
terça-feira, 18 de julho de 2006
segunda-feira, 17 de julho de 2006
quinta-feira, 13 de julho de 2006
«Sem diálogo não pode haver paz no País Basco»
Entrevista com Arnaldo Otegi, porta-voz do Batasuna
«O que dá coesão ao movimento independentista de esquerda não é a luta armada da ETA, mas antes um projecto nacional e progressista para o País Basco». As palavras são de Arnaldo Otegui, porta-voz do partido Batasuna, em entrevista concedida ao Avante! a 15 de Junho, em Donostia (San Sebastian, em castelhano), duas semanas antes do presidente do governo espanhol, Rodríguez Zapatero, ter feito saber que vai dialogar com a ETA.
(...)
Em Portugal, sempre que se fala de País Basco, a comunicação social dominante pretende incutir a ideia de que todo o independentista é um terrorista e pertence à ETA. Como vê e o que é, para o Batasuna, a ETA?
Antes de mais, deve-se ter em conta que a ETA é uma organização nascida no País Basco durante a época da ditadura franquista. Através da luta armada contra a ditadura, a ETA criou no nosso país um espaço sociológico e político, dotado com o projecto estratégico de criar um Estado basco, independente e socialista. Podemos, por isso, dizer que a data de nascimento do movimento independentista é a data de nascimento da ETA.
No entanto, embora assim seja, há algo que deve ser sublinhado com clareza: é que existe uma diferença fundamental entre a ETA, que pratica a luta armada, e nós, que, evidentemente não o fazemos.
Por outro lado, embora exista esta coincidência de objectivo, nós somos uma organização política que aglutina uma boa parte da população que pode ou não estar de acordo com a luta armada da ETA. O que dá coesão ao movimento independentista de esquerda deste país não é a luta armada da ETA, mas antes um projecto nacional e progressista para o País Basco.
(...)
Costuma ouvir-se, em Portugal, que o País Basco é espanhol porque apenas 15 por cento da população está com a esquerda independentista. O que pensa deste argumento?
É um argumento absolutamente falso. Podemos dizer que a maioria política, social, sindical e inclusivamente institucional do nosso país está a fazer uma aposta pelos direitos de autodeterminação e de soberania do nosso povo. Mas devemos ter em conta que são 15 por cento os que votam na esquerda independentista, nas condições actuais. Votam, inclusivamente, em situação de ilegalidade. Mas nunca foi feito um referendo sobre a autodeterminação neste país. Sabemos é que, hoje em dia, segundo as sondagens, há entre 30 e 45 por cento de cidadãos que se manifestam como independentistas. Portanto, o problema sobre se o País Basco é ou não Espanha, não depende da percentagem de votos da esquerda independentista. Para nós, é um problema de aritmética democrática. A pergunta que devolvemos é, se estão tão seguros de que nós, os bascos, nos sentimos tão plenamente espanhóis, que problema há em poder admitir um cenário democrático onde os bascos possam decidir se querem ser independentes ou não?
(...)
A ler no jornal «Avante!»
«O que dá coesão ao movimento independentista de esquerda não é a luta armada da ETA, mas antes um projecto nacional e progressista para o País Basco». As palavras são de Arnaldo Otegui, porta-voz do partido Batasuna, em entrevista concedida ao Avante! a 15 de Junho, em Donostia (San Sebastian, em castelhano), duas semanas antes do presidente do governo espanhol, Rodríguez Zapatero, ter feito saber que vai dialogar com a ETA.
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Em Portugal, sempre que se fala de País Basco, a comunicação social dominante pretende incutir a ideia de que todo o independentista é um terrorista e pertence à ETA. Como vê e o que é, para o Batasuna, a ETA?
Antes de mais, deve-se ter em conta que a ETA é uma organização nascida no País Basco durante a época da ditadura franquista. Através da luta armada contra a ditadura, a ETA criou no nosso país um espaço sociológico e político, dotado com o projecto estratégico de criar um Estado basco, independente e socialista. Podemos, por isso, dizer que a data de nascimento do movimento independentista é a data de nascimento da ETA.
No entanto, embora assim seja, há algo que deve ser sublinhado com clareza: é que existe uma diferença fundamental entre a ETA, que pratica a luta armada, e nós, que, evidentemente não o fazemos.
Por outro lado, embora exista esta coincidência de objectivo, nós somos uma organização política que aglutina uma boa parte da população que pode ou não estar de acordo com a luta armada da ETA. O que dá coesão ao movimento independentista de esquerda deste país não é a luta armada da ETA, mas antes um projecto nacional e progressista para o País Basco.
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Costuma ouvir-se, em Portugal, que o País Basco é espanhol porque apenas 15 por cento da população está com a esquerda independentista. O que pensa deste argumento?
É um argumento absolutamente falso. Podemos dizer que a maioria política, social, sindical e inclusivamente institucional do nosso país está a fazer uma aposta pelos direitos de autodeterminação e de soberania do nosso povo. Mas devemos ter em conta que são 15 por cento os que votam na esquerda independentista, nas condições actuais. Votam, inclusivamente, em situação de ilegalidade. Mas nunca foi feito um referendo sobre a autodeterminação neste país. Sabemos é que, hoje em dia, segundo as sondagens, há entre 30 e 45 por cento de cidadãos que se manifestam como independentistas. Portanto, o problema sobre se o País Basco é ou não Espanha, não depende da percentagem de votos da esquerda independentista. Para nós, é um problema de aritmética democrática. A pergunta que devolvemos é, se estão tão seguros de que nós, os bascos, nos sentimos tão plenamente espanhóis, que problema há em poder admitir um cenário democrático onde os bascos possam decidir se querem ser independentes ou não?
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A ler no jornal «Avante!»
quarta-feira, 12 de julho de 2006
terça-feira, 11 de julho de 2006
Mikel Urkia, 24 dias em greve de fome
Nas prisões do Estado espanhol tortura-se. Não há dúvidas. Quem o diz são diversos organismos ligados à ONU, à Amnistia Internacional e a organizações humanitárias bascas.
Não admira, portanto, que o risco de tortura seja elevado para os presos políticos bascos extraditados do Estado francês. Muitos foram os casos de cidadãos bascos que encontraram uma realidade bem diferente daquela que encontram nas prisões francesas [sem que isso signifique a justeza das prisões políticas].
Mikel Urkia, cidadão basco, cumpre hoje 24 dias de greve de fome em protesto contra a sua expulsão para o Estado espanhol. No dia 18 de Julho cumpre a condenação imposta pelo Estado francês e será expulso. As autoridades espanholas decerto que terão a 'delicadeza' de o receber à boa maneira fascista.
As mobilizações têm sido constantes. A solidariedade com Mikel Urkia é urgente e necessária.
Não admira, portanto, que o risco de tortura seja elevado para os presos políticos bascos extraditados do Estado francês. Muitos foram os casos de cidadãos bascos que encontraram uma realidade bem diferente daquela que encontram nas prisões francesas [sem que isso signifique a justeza das prisões políticas].
Mikel Urkia, cidadão basco, cumpre hoje 24 dias de greve de fome em protesto contra a sua expulsão para o Estado espanhol. No dia 18 de Julho cumpre a condenação imposta pelo Estado francês e será expulso. As autoridades espanholas decerto que terão a 'delicadeza' de o receber à boa maneira fascista.
As mobilizações têm sido constantes. A solidariedade com Mikel Urkia é urgente e necessária.
domingo, 9 de julho de 2006
Komunistak
Está disponivel a versão electrónica do nº6 da revista KOMUNISTAK [COMUNISTAS], órgão de comunicação do Euskal Herriko Komunistak, da primavera de 2006, cuja versão em papel está na rua faz algum tempo.
sábado, 8 de julho de 2006
Solidários com os presos políticos bascos!
Cumprem-se 26 anos desde que José Mari Sagardui «Gatza» foi preso. O militante independentista é o preso político basco há mais tempo nos calabouços do Estado espanhol. Kontxa Luna, sua companheira, declarou ao diário basco Gara que «o povo não se esquece de que continua preso e esse reconhecimento ajuda muito, está na mente de muitos [...] levamos anos e anos lutando pelos nossos companheiros, filhos e pais. Se chegámos até aqui, aguentaremos o que nos façam».
A Associação de Solidariedade com Euskal Herria (ASEH) está solidária com os presos políticos bascos. Não são presos de delito comum. São homens e mulheres que foram encarcerados por darem o melhor das suas vidas pela liberdade do povo basco. Um exemplo a seguir.
A Associação de Solidariedade com Euskal Herria (ASEH) está solidária com os presos políticos bascos. Não são presos de delito comum. São homens e mulheres que foram encarcerados por darem o melhor das suas vidas pela liberdade do povo basco. Um exemplo a seguir.
Batasuna não cede a chantagem
Na reunião com o Batasuna, o Partido Socialista de Euskadi exigiu que o partido da esquerda independentista se legalizasse antes de se iniciar uma mesa de diálogo entre partidos. Sabe-se que a concretização da legalização do Batasuna só é possivel, perante a lei de partidos actual, se renunciar e condenar a violência e a luta armada.
Hoje, em conferência de imprensa, Joseba Permach e Juan Joxe Petrikorena, dirigentes do Batasuna, foram claros. Para o "trânsito" da organização política rumo a uma situação legal, os governos espanhol e francês devem eliminar os mecanismos criados "para acabar com a esquerda independentista".
A esquerda independentista não modificará a sua situação para integrar um marco jurídico que não respeita os direitos do povo basco.
Hoje, em conferência de imprensa, Joseba Permach e Juan Joxe Petrikorena, dirigentes do Batasuna, foram claros. Para o "trânsito" da organização política rumo a uma situação legal, os governos espanhol e francês devem eliminar os mecanismos criados "para acabar com a esquerda independentista".
A esquerda independentista não modificará a sua situação para integrar um marco jurídico que não respeita os direitos do povo basco.
sexta-feira, 7 de julho de 2006
FARC-EP saúdam o diálogo
«Respeitando as realidades e os processos políticos de cada país», as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo (FARC-EP) saúdam a «corajosa decisão do Governo do Estado espanhol, encabeçado pelo presidente Rodríguez Zapatero, e da organização armada basca Euskadi Ta Askatasuna [ETA] de iniciar diálogos que conduzam a uma solução política e negociada do conflito».
A Comissão Internacional das FARC, num comunicado fechado no passado 29 de Junho, destaca que «a experiência ensina que a participação democrática e abrangente de todas as correntes políticas de uma nação é garantia de consenso e perdurabilidade dos acordos», e que «uma paz duradoura e justa só é possivel se se identificam e superam as causas e natureza dos confrontos».
«É a hora dos povos», afirmam as FARC, e defendem que são os povos os que «devem decidir o seu próprio destino e construir a sua própria sociedade». Consideram que «assim está a ocorrer no mundo» e que «assim o entendem as mentes dos povos e dirigentes».
«Nesta crucial e importante etapa que se inicia no País Basco, desejamos sorte e êxitos ao Governo do Estado espanhol e ao povo basco», conclui a nota.
em Gara.net
quinta-feira, 6 de julho de 2006
Gora San Fermin!
Milhares de pessoas dão ínicio à festa
Começaram as festas de San Fermin. Iruñea engalanou-se para receber as centenas de milhares de visitantes que acorreram à capital histórica do País Basco.
Antes da festa, mais de um milhar de manifestantes percorreram as ruas denunciando a «tortura» a que se submetem os 48 touros que, ano após ano, percorrendo as ruas iruindarras, perdem a vida de forma «cruel e sangrenta».
Ao meio-dia, rebentou o foguete que deu inicio às festas. O "Viva a festa de San Fermin!" foi o grito repetido pelos milhares que enchiam as ruas da Parte Velha. A luta pela independência, pelo socialismo e pela paz promete acompanhar a festa nos próximos dias.
Bandeiras do País Basco, de repatriamento dos presos políticos e da Segi, organização juvenil independentista
Reunião entre Batasuna e PSE
Arnaldo Otegi considera "histórica" e " de extrema importância" a reunião desta manhã com o Partido Socialista de Euskadi para abrir "um diálogo multilateral" que conduza à normalização política. Otegi defendeu a construção do país "entre todos".
em Gara.net
Depois da trégua declarada pela organização basca de libertação nacional, ETA, e da declaração do Primeiro-Ministro espanhol, Zapatero, de que ia iniciar negociações com a organização armada, o País Basco vive momentos de grande expectativa.
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