Os jovens de Burlata denunciam torturas por parte da Polícia espanhola e da Guardia Civil
Os seis jovens de Burlata que foram detidos entre terça e quarta da semana passada pela Guardia Civil e pela Polícia espanhola denunciaram ter sido torturados durante o período de incomunicação. Depois de terem passado o dia ante Juan del Olmo*, Aitor Torrea, Iñigo Gulina, David Urdin e José Javier Oses foram encarcerados na prisão de Soto del Real. Entretanto, a Iker Gorriz o juiz impôs una fiança de 25 000 euros e Xabier Urdin foi libertado.
O juiz da Audiência Nacional espanhola Juan del Olmo ordenou no dia 24 a prisão condicional para Aitor Torrea, Iñigo Gulina, David Urdin e José Javier Oses, aos quais acusa de «delitos de integração em organização terrorista, transporte e posse de artefactos ou substâncias explosivas e incêndio». Os quatro jovens foram conduzidos à prisão de Soto del Real.
A Iker Gorriz, detido na mesma operação policial, o magistrado impôs una fiança de 25 000 euros, ao passo que Xabier Urdin foi liberto sem medidas cautelares. Gorriz pôde ficar em liberdade ontem mesmo ao pagar a fiança recolhida entre os familiares de todos os presos, que se tinham deslocado até Madrid.
Os seis jovens detidos entre terça e quarta em Burlata e Iruñea [Pamplona], acusados de participar em acções de kale borroka, foram declarados incomunicáveis durante todo o dia, e o fiscal Miguel Angel Carvallo pediu prisão incondicional para todos excepto Xabier Urdin, para quem solicitou a libertação.
«Utilizaram a tortura»
Assim que foi libertado, Xabier Urdin relatou que durante o período de incomunicação sofreu maus tratos e torturas. O mesmo disse Iker Gorriz, e também os outros quatro jovens de Burlata. Explicaram que lhes aplicaram a tortura do saco, que lhes bateram, os obrigaram a fazer exercício físico e os impediram de dormir, entre outros tormentos.
A este respeito, Askatasuna sublinhou que estas declarações «confirmam a preocupação e o receio» que, tanto a organização anti-repressiva como os familiares dos detidos revelaram sobre o trato que poderiam estar sofrendo às mãos dos seus captores. «A Guardia Civil e a Polícia utilizaram a tortura enquanto durou a incomunicação para imputar a estas pessoas diferentes acções», denunciou. Sustentou também que o juiz Juan del Olmo, que ordenou a operação, «deu uma cobertura jurídica à tortura», e considerou que «os políticos e o juiz são tão culpados como os torturadores».
Também o movimento juvenil denunciou esta operação policial, bem como as ocorridas nos últimos meses em Araba [Álava], Bizkaia [Biscaia], Lapurdi, Nafarroa Beherea [Navarra Norte] e Gipuzkoa [Guipuscoa]. Em nota, denunciaram que o PSOE, «respondendo à estratégia de estado, detém e criminaliza a juventude que trabalha em favor de outro marco e na construção de Euskal Herria», uma atitude mediante a qual «tenta estabelecer uma nova fraude com o PNV e NaBai, e reprime todos os que possam condicionar essa fraude».
O movimento juvenil denunciou também a «intoxicação comunicativa» que «pretende desfigurar a luta em favor da independência», ao que respondeu destacando a «legitimidade» da luta pela independência deste povo.
Os seis jovens foram recordados em várias das manifestações pela independência que se celebraram dia 24.
FONTE- Gara
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