Tão trágico como cómico. A imagem do Secretário de Estado para a Segurança espanhola a ordenar a interrupção de uma entrevista com um jornalista australiano da cadeia televisiva SBS devia envergonhar todo o mundo. O sr. António Camacho começou a sentir-se incomodado com as evidências de que o Estado espanhol tortura cidadãos bascos.
O extracto da reportagem está no site do diário basco 'Gara'. Transcrevemos aqui o incómodo de quem usa métodos fascistas:
"Camacho diz ao jornalista que «não se podem generalizar» as denúncias por tortura e que «cada uma das suposições tem de ser investigada».
O'Shea diz-lhe para «ver alguns exemplos. Aqui tenho muitos», afirma enquanto desfolha um monte de papéis.
«Você pode contar-me as denúncias dessas pessoas, o qual não quer dizer que seja uma investigação séria. Em qualquer país europeu, as investigações sérias são as que fazem as instâncias judiciais, onde, da maneira mais adequada e com as garantias suficientes para todas as partes, pode investigar-se», responde-lhe Camacho.
«Evidentemente, também há muita gente e organizações como a Human Rights Watch, a Amnistia Internacional e 37 grupos de Barcelona que concordaram que existe tortura no acto de incomunicação [dos detidos]», replica o jornalista, que recorda os documentos do ex-Relator da ONU para a Tortura, Theo van Boven.
É nesse momento que Camacho lhe ordena que apague a câmera: «Corta. Vamos discutir as condições da entrevista». [Isto perante o ar embasbacado do repórter]"