Sob o lema da autodeterminação, mais de 16 mil pessoas encheram as ruas das cinco capitais bascas neste sábado. A esquerda independentista pretendeu, através das manifestações, marchar contra o bloqueio do processo de paz e pela solução real do conflito, como noticia o diário basco Gara.
Durante as acções de protesto ouviram-se muitas palavras-de-ordem solidárias com Iñaki de Juana Chaos, o preso político basco há 56 dias em greve de fome.
Antes das mobilizações populares, Joseba Permach, dirigente do Batasuna, afirmava que as próximas semanas iriam ser decisivas para saber se entre todos seriam "capazes de encontrar as bases mínimas para iniciar o diálogo político".
A kale borroka [luta urbana] também se tem intensificado. O governo espanhol, depois de agitar a legalização do Batasuna como desculpa para fazer encalhar o processo, avança agora com a kale borroka como nova desculpa. A verdade é que antes de ter estalado a kale borroka o processo já estava paralizado.
As ruas bascas vivem o protesto diário de independentistas comprometidos com a luta pela liberdade do seu povo. Segundo o Gara, na madrugada de ontem, um grupo de jovens atacou em Ondarroa duas sucursais do BBVA [Banco Bilbao y Viscaya] e um tribunal com cocktails molotov, para além de incendiar uma barricada de pneus.
Enquanto isto, passearam-se, durante a semana, militares espanhóis. Marcharam atravessando aldeias bascas, fazendo paraquedismo nas praias bascas, querendo mostrar quem ocupa o território da parte sul de Euskal Herria. Vários cidadãos bascos mostraram o seu repúdio manifestando-se contra a sua presença.