O Parlamento Europeu manifestou, ontem em Estrasburgo, um forte apoio ao processo de paz no País Basco, apesar de reservas do Partido Popular Europeu (PPE).
Este apoio, aos esforços de paz do Governo espanhol, baseou-se numa proposta de resolução do grupo socialista europeu, cujo dirigente, Martin Schulz, considerou que "o caminho do diálogo é a única maneira de pôr termo à espiral de violência". A resolução teve o 321 votos a favor, 311 contra e 24 abstenções.
Em contraste, o PPE considera que a ETA não renunciou definitivamente à violência e que quaisquer conversações apenas lhe dão visibilidade. O dirigente desta bancada, Hans-Gert Poettering, lançou um apelo à organização separatista para que "mostre algum remorso".
O PPE apresentou uma contra- -proposta de resolução, que foi derrotada por 322 contra 302 e 31 abstenções, a advertir que o processo de paz pode pôr em causa os princípios democráticos da União Europeia.
Entre os eurodeputados portugueses, Assunção Esteves (PPE) decidiu não votar por considerar que a proposta socialista era "sensata", embora também quisesse manter a lealdade ao seu grupo político. Sérgio Marques(PPE) também não votou mas foi indicado que apoia a proposta do seu partido e que chegou atrasado ao hemiciclo.
Os eurodeputados comunistas Ilda Figueiredo e Pedro Guerreiro não depuseram o voto em relação à proposta socialista, embora tenham votado contra a do PPE. Mais tarde, Ilda Figueiredo sublinhou o apoio ao processo de paz mas, no que se prende com a resolução, acrescentou que gostaria "que fosse mais além".
em DN