domingo, 3 de dezembro de 2006

Estado espanhol não quer a paz


Salsamendi e Bilbao


Zigor Garro, Marina Bernardó, Ekain Mendizábal

O processo de paz vive momentos dramáticos. A detenção, nos últimos dias, de seis presumíveis militantes da organização independentista ETA provocou a revolta no País Basco.

Dia após dias, os governos espanhol e francês abrem caminho à ruptura da construção da paz. Mas, verdade seja dita, eles nunca a quiseram. A todo o momento desferem golpes, enquanto acusam a esquerda independentista de sabotar o processo. Nada de mais falso, nada de mais hipócrita. A ETA suspendeu todas as ofensivas armadas e há mais de três anos que as suas acções não provocam vitimas mortais. Os Estados espanhol e francês mantêm nas suas prisões centenas de presos políticos bascos. O Batasuna, a Segi, os jornais Egin e Egunkaria, o movimento pró-amnistia, todos vitimas da ilegalização. As detenções indiscriminadas continuam.

Há poucos dias, o PSOE mostrava, num vídeo, o seu orgulho em ter feito menos pela paz que o PP. Quem boicota então a paz? Devem os cidadãos bascos submeter-se a uma pax espanhola? Uma paz que pouco difere da paz franquista?

A detenção dos presumíveis militantes independentistas Eneko Bilbao, Borja Gutiérrez, Zorion Salsamendi, Quezac Zigor Garro, Marina Bernadó e Ekain Mendizabal é mais uma machadada no processo. Nós, Associação de Solidariedade com Euskal Herria, condenamos estas detenções. A solução não é a repressão mas sim a negociação de um processo que conduza os bascos à sua autodeterminação.

Na resposta, o povo basco mostrou a sua indignação. Pneus queimados a cortar vias; manifestações; a sabotagem de uma sede do PNV; incêndio de caixas multibanco e a destruição de montras de lojas de grandes empresas. E ninguém pode condenar um povo que se defende quando é, ele mesmo, vitima das maiores violências.

Viva o País Basco livre e socialista!
Amnistia para os presos políticos bascos!
Fim do fascismo espanhol em Euskal Herria!