domingo, 13 de novembro de 2005

ETA condena política penitenciária




A organização armada considera que "mataram Kotto" e que a causa da sua morte foi a política penitenciária impulsionada pelo PSOE. Num comunicado remetido a este diário [Gara], a ETA afirma que as "políticas de exterminio que aplicam as autoridades de Espanha e França contra os cidadãos bascos sequestrados provocaram uma nova vitima".

"Quem utiliza os presos políticos bascos como instrumento de chantagem é responsável pela morte de Kotto", afirma no comunicado. A ETA fala, assim, de "responsabilidades políticas concretas", e inclui nesta referência quem desenha as políticas penitenciárias desde La Moncloa e Matignon, mas também refere o "silêncio cúmplice de vira a cara nos salões de Ajuria-Enea".

A organização armada denuncia que, apesar de que "a dignidade e a luta" do Colectivo de Presos Políticos Bascos provocou há muito tempo o fracasso da dispersão, segue-se mantendo uma "política de vingança", cuja única "efectividade" é o sofrimento que origina. Neste sentido, denuncia as palavras de quem define como "políticos-carcereiros" e entre os quais cita expressamente Mercedes Galizzo, responsável das Instituições Penitenciárias: "Utilizando os mesmos modos que durante a época de González, repetem que "«manteremos a dispersão porque é eficaz»".

Para superar esta situação, a ETA insta a agentes, partidos políticos e instituições a adoptar compromissos e medidas concretas para que os direitos dos presos sejam respeitados, finalize a dispersão e seja reconhecido o estatuto político que corresponde aos presos bascos. Sublinha que esses objectivos se conquistarão através da "luta e da pressão popular".

A organização armada, que no inicio do comunicado expressa a sua dor e revolta pela morte de Altzuguren e transmite os seus mais sentidos pêsames aos seus familiares e amigos, afirma no último parágrafo que "o compromisso e a dignidade dos presos é um modelo para todos".

em Gara.net