sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

A luta pela paz

É preciso ser-se cuidadoso quando se fala em paz. Neste momento, enquanto a maioria da imprensa especula sobre um possivel cessar-fogo da ETA, existem cerca de 700 presos políticos bascos, as prisões prosseguem, a tortura não cessa, os processos judiciais (de que o mega-processo 18/98 é um exemplo) continuam, o Batasuna não vê o fim da sua ilegalidade, assim como a Segi e outras organizações, jornais e rádios estão encerrados. Não será a especulação a propiciar a paz e mesmo havendo uma trégua da ETA não se pode esperar a paz certa e inevitável. Noutros tempos a ETA calou as armas para abrir caminho a processos negociais de paz, noutros tempos o Estado espanhol procurou enfraquecer a ETA e não a verdadeira paz. Basta recordarmo-nos da polícia espanhola a prender os negociadores da ETA ou das prisões de cidadãos bascos durante o processo de paz. Como noutros tempos, não bastará a boa vontade das organizações bascas, será necessário um empenho efectivo do Estado espanhol para que se possa levar a paz, finalmente, ao povo basco.

Amanhã, as ruas de Bilbau serão tomadas pelo povo solidário com os acusados no mega-processo 19/98. Durante semanas fizeram-se mobilizações locais que confluirão em Bilbau. É hora de se acabar com o conflito e de se dar a voz ao povo.