terça-feira, 5 de junho de 2007

Comunicado da ETA


A ETA, a organização socialista revolucionária de libertação nacional basca, deseja comunicar aos bascos o seguinte:

São tempos de clarificação. Euskal Herria quer dar os passos para superar a actual divisão institucional e construir um Estado independente. São milhares os votos a favor da mudança política e social, milhares de vozes em prol do futuro deste povo. Também a ETA se posiciona a favor do processo de libertação deste povo, um processo cujo fim, sem dúvida, será um Estado independente denominado Euskal Herria. Mas, para chegar a ele, será necessário conseguir um marco que englobe Navarra, Álava, Biscaia e Guipuscoa e outro que englobe Lapurdi, Baixa Navarra e Zuberoa. Assim, por último, com os sete territórios unidos, construiremos o futuro do nosso povo, mostrado que está que as falsas soluções que se apresentaram até ao presente não nos levaram a lado nenhum. O futuro está nas nossas mãos e conseguiremos.

As máscaras caíram. A ala de Zapatero apostou no fascismo que nega os direitos a partidos e cidadãos. Mas não são os únicos. Também caiu o disfarce aos dirigentes do PNV, cujas ânsias de riqueza são insaciáveis. Infelizmente, a liberdade dos povos encontra-se muitas vezes com a traição. Na defesa de Euskal Herria, na construção do futuro, apenas se recorrerem a enganos cada vez que se devem adoptar decisões firmes. No entanto, nesta ocasião, não convenceram os cidadãos a alimentar o sofrimento deste povo sob a protecção do espanholismo. Só seduziram os responsáveis pelo desrespeito pelos direitos do povo, não os bascos que desejam viver em democracia e liberdade.

Os cidadãos padecem de falta de democracia. As agressões contra Euskal Herria, em vez de desapareceram, intensificam-se e agravam-se. A justiça espanhola deixou de fora destas eleições anti-democráticas a milhares de cidadãos e à esquerda independentista, que é o principal activista do processo. A situação que vivemos em Euskal Herria na actualidade é um estado de excepção. As eleições recentemente celebradas carecem de legitimidade. À suspensão permanente de actividades armadas oferecida pela ETA, o Governo espanhol respondeu com detenções, torturas e perseguições de todo o tipo. Não existem as condições democráticas mínimas que se requerem para se realizar um processo de negociação.

No entanto, as soluções políticas para garantir o presente e o futuro de Euskal Herria são evidentes: a autodeterminação e a territorialidade; e a semente que acabam de semear milhares e milhares de cidadãos trará uma abundante colheita ao nosso povo.

Entretanto, reafirmamos a nossa decisão de defender pelas armas este povo de quem o agride pelas armas.

Apelamos a todos os cidadãos para que confrontem esta falsa democracia e putrefacta e que se envolvam com firmeza na construção do Estado livre denominado Euskal Herria. Cada um nas suas realidades e segundo as suas possibilidades. Com generosidade e construindo a causa comum.

Por último, a ETA quer anunciar que abandona o cessar-fogo permanente e que adoptou a decisão de agir em todas as frentes na defesa de Euskal Herria a partir das 00.00 de 6 de Junho de 2007.

Euskal Herria, Junho de 2006.