Em comunicado divulgado, no final da passada semana, em vários órgãos de imprensa espanhola, a ETA apela «às organizações internacionais», em particular àquelas que têm «responsabilidades de governação», para que se impliquem na busca de «uma solução negociada do conflito» basco.
No texto, que terá sido enviado a embaixadas de estados europeus e a diferentes organizações internacionais, a organização armada independentista basca
assinala «aspectos inovadores» na atitude do governo espanhol em relação ao País Basco, sublinhando, no entanto, que «no fundamental continua sem dar resposta à raiz do problema» e mantém «a aposta na estratégica repressiva».
A ETA reafirma o seu apoio ao plano de paz apresentado pelo ilegalizado partido Batasuna, em Novembro de 2004, no velódromo de Anoeta, que propõe no essencial a abertura de duas mesas de negociação, uma envolvendo todos os partidos bascos, sem exclusões, outra directamente entre os Estados e a ETA.
Porém, a organização faz questão salientar que «a chave para a resolução do conflito é o reconhecimento do direito de autodeterminação a Euskal Herria» (Pátria Basca).
No documento, é recordada a decisão da organização, anunciada em Junho de 2005, de suspender as acções armadas com eleitos e dirigentes de partidos políticos espanhóis, como demonstração da «vontade» da ETA à qual «cabe à classe política espanhola e francesa dar uma resposta positiva».
Por último o comunicado lança um apelo à comunidade internacional, considerando que o conflito «é mais do que um problema interno» dos estados espanhol e francês, não podendo aquela «abstrair-se perante a grave situação que padece o País Basco».
Interrogada pela imprensa, na sexta-feira, dia 25, a porta-voz oficial da Comissão Europeia, Pia Arhenkilde, não afastou a hipótese de intervenção no processo, notando que «neste momento, esta é uma questão nacional, mas se a situação se alterar e as autoridades espanholas pedirem que o executivo comunitário desempenhe um papel, então seriam uma coisa diferente».
Por seu turno, o governo espanhol preferiu não comentar o comunicado, declarando que continua à espera que a organização desista «definitivamente e incondicionalmente da violência». «Quando a abandonarem, então comentaremos essa posição», disse o ministro do Trabalho, Jesus Caldera.
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