
Luís Carrero Blanco, Primeiro-Ministro, um dos pilares do sistema repressivo, dirigia-se, como habitualmente, à Igreja de São Francisco de Borga. Não sabia ele que se instalara, desde há meses, um comando da ETA na capital espanhola. Os combatentes bascos alugaram um andar na rua que dava acesso à Igreja e, durante semanas, abriram um túnel que findava por baixo da estrada.

Momentos antes um electricista parecia arranjar o sistema eléctrico num dos edificios junto à Igreja. O electricista não era mais que um dos mais emblemáticos dirigentes da ETA, Argala, que fazia as últimas ligações entre os sistemas explosivos.

Carrero Blanco e um guarda-costas eram conduzidos pelo seu motorista rumo à Igreja quando um militante da ETA, num café, fez explodir o subsolo, através de um sistema de controlo remoto. A potência da bomba era tal que o automóvel do Primeiro-Ministro saltou pelos ares e foi parar às traseiras da outra rua. Era o começo do fim do franquismo.
