No dia 30 de Dezembro, um atentado destruiu parte importante de um bloco do parque de estacionamento do Aeroporto de Barajas, em Madrid. Uma hora antes, um anónimo alertou para a colocação de artefactos explosivos no local no sentido de se evacuarem todas as pessoas. O anónimo disse falar em nome da organização independentista basca ETA.
Zapatero, o presidente do governo espanhol, anunciou a interrupção de qualquer tipo de diálogo com as organizações independentistas bascas. Os jornais repetem-lhe o discurso noticiando que o processo de paz foi interrompido pelas bombas. É, aliás, dessa forma que o Diário de Notícias titula a informação dada sobre o atentado.
Na verdade não foi o atentado que interrompeu o processo de paz mas sim a inacção dos governantes espanhóis que em quase um ano de cessar-fogo da ETA não mostraram qualquer interesse em alcançar a paz. Há que encarar os factos com seriedade, a ETA foi a única das partes que trabalhou pelo fim da violência. Calou as armas durante meses a fio. O Estado espanhol, pelo contrário, manteve a sua postura repressiva. Manteve a ilegalização de organizações independentistas bascas, não houve qualquer mudança na política penitenciária (os cerca de 700 presos políticos continuam nos cárceres e dispersos), continuaram as prisões a militantes independentistas, reprimiu manifestações, torturou cidadãos e em nenhum momento mostrou querer uma paz negociada com base no direito à livre escolha por parte do povo basco. Foi isso mesmo que o Batasuna denunciou após ter declarado que os atentados não devem bloquear a construção de um processo que conduza à paz.
No Estado espanhol prosseguem as manifestações contra a ETA e contra o processo de paz. Não admira que tal aconteça num ambiente de constante contaminação e mentira por parte dos órgãos de comunicação social.
Zapatero, o presidente do governo espanhol, anunciou a interrupção de qualquer tipo de diálogo com as organizações independentistas bascas. Os jornais repetem-lhe o discurso noticiando que o processo de paz foi interrompido pelas bombas. É, aliás, dessa forma que o Diário de Notícias titula a informação dada sobre o atentado.
Na verdade não foi o atentado que interrompeu o processo de paz mas sim a inacção dos governantes espanhóis que em quase um ano de cessar-fogo da ETA não mostraram qualquer interesse em alcançar a paz. Há que encarar os factos com seriedade, a ETA foi a única das partes que trabalhou pelo fim da violência. Calou as armas durante meses a fio. O Estado espanhol, pelo contrário, manteve a sua postura repressiva. Manteve a ilegalização de organizações independentistas bascas, não houve qualquer mudança na política penitenciária (os cerca de 700 presos políticos continuam nos cárceres e dispersos), continuaram as prisões a militantes independentistas, reprimiu manifestações, torturou cidadãos e em nenhum momento mostrou querer uma paz negociada com base no direito à livre escolha por parte do povo basco. Foi isso mesmo que o Batasuna denunciou após ter declarado que os atentados não devem bloquear a construção de um processo que conduza à paz.
No Estado espanhol prosseguem as manifestações contra a ETA e contra o processo de paz. Não admira que tal aconteça num ambiente de constante contaminação e mentira por parte dos órgãos de comunicação social.