domingo, 2 de novembro de 2008

1100 pessoas em defesa dos presos doentes, em frente de oito hospitais

A Etxerat «visitou» na última sexta-feira oito hospitais bascos. Levava um manifesto em que se exige que os presos bascos vejam respeitado algo tão básico como o direito à saúde. Mais de 1100 pessoas responderam à convocatória.

“A prisão gera doenças, por falta de assistência adequada, por falta de interesse dos responsáveis, por falta de prevenção e pelo atraso nos exames necessários para diagnosticar as doenças, agravando dessa forma o risco de infecção”. São as palavras com que se inicia o manifesto apresentado na sexta-feira na concentração que a Etxerat realizou em frente ao hospital de Basurto.

Ane Miren Gamboa, membro da Etxerat, e Iñaki Gallo, trabalhador do Osakidetza [serviço nacional de saúde basco], tiveram a seu cargo a leitura do texto em que se reivindica a assistência médica devida para os presos políticos. Segundo referiram, trata-se de um apelo “à sociedade basca, em geral”, mas especialmente aos profissionais que trabalham na defesa e nos cuidados de saúde, a quem propõem que “dêem uma resposta o mais eficaz possível a esta grave situação”.

Gamboa incidiu na ideia de que a escassez de assistência médica na prisão é mais latente “no caso dos nossos familiares presos políticos bascos, devido à política penitenciária especial que lhes é aplicada”.
Assim, afirmaram que “vêem denegada ou limitada a assistência de médicos de confiança, as transferências para o hospital não ocorrem ou são feitas em péssimas condições, são dispersados e afastados dos seus e, em muitos casos, mantidos em isolamento”.

A Etxerat realçou o caso dos 14 presos bascos que sofrem de doenças “graves e incuráveis”, para os quais “exigiu a imediata libertação”.

Depois Iñaki Gallo, que falou em nome dos profissionais que trabalham na defesa e nos cuidados de saúde, deu a conhecer as reivindicações, expostas pelo manifesto, que os diversos profissionais da saúde irão assinar, e que também se abrirá ao resto da sociedade. Segundo explicaram os representantes da Etxerat, a associação tem o propósito de realizar uma recolha de assinaturas para “demonstrar a nossa solidariedade tanto aos presos que estão doentes como aos seus familiares, e exigir a assistência médica que, no nosso entender, não está garantida actualmente”.

Convém sublinhar que Bilbau não foi o único lugar onde se levaram a cabo estas revindicações, já que se realizaram concentrações em todas as capitais de Hego Euskal Herria [País Basco Sul]. Assim, na Bizkaia os protestos ocorreram nos hospitais de Galdakao, Gurutzeta e Basurto, juntando 100, 90 e 110 pessoas, respectivamente. Em Gipuzkoa, 130 pessoas responderam à convocatória em frente ao Hospital Donostia e 80 juntaram-se em frente ao Oncológico. Em terras alavesas, 250 pessoas secundaram o apelo e concentraram-se em frente ao centro hospitalar de Txagorritxu, enquanto 200 acorreram ao hospital de Santiago. Na capital navarra, cerca de 180 juntaram-se em frente do edifício de Consultas Externas.

Ruben PASCUAL

Fonte: Gara