[De Fernanda Mateus] O sistema capitalista não dá resposta às seculares aspirações das mulheres à igualdade e emancipação. Recorrendo a uma gigantesca ofensiva política e ideológica à escala mundial, o grande capital exige para si todas as liberdades, impondo retrocessos e liquidando conquistas civilizacionais, arduamente conquistadas pela prolongada luta do movimento operário e comunista, com importante contributo da luta das mulheres, designadamente no século XIX e XX.
Animado de tais objectivos, o sistema capitalista procura extinguir as liberdades e os direitos de quem vive do rendimento do trabalho – pela violência da exploração laboral, pela agudização das escandalosas injustiças na distribuição do rendimento entre capital e trabalho, por graves limitações ao direito de organização e participação dos trabalhadores, perseguindo quem se opõe, branqueando o fascismo e o nazismo, lançando campanhas de deturpação dos ideias comunistas, fomentando focos de conflito e de guerra, atacando a soberania de Estados e povos.
Por mais que o tentem ocultar, no sistema capitalista o processo progressista da integração da mulher na vida profissional não conduz ao fim das discriminações no trabalho, nem tão pouco as que penalizam as trabalhadoras na família, na maternidade e na sociedade em geral, porque o trabalho das mulheres, e elas próprias, foi e é convertido em objecto de exploração. E sendo verdade que os mecanismos de dominação e opressão das mulheres são anteriores ao capitalismo, não é menos verdade que este sistema manteve e mantém a perpetuação destes mecanismos como parte integrante da sua natureza exploradora e opressora. (Diário Liberdade)
terça-feira, 6 de março de 2018
«A mulher e o trabalho no capitalismo»
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