[De José Goulão] Serão certamente muitas as pessoas que até há um mês jamais teriam ouvido falar da região de Ghuta, na Síria, e hoje já sabem tudo o que ali se passa, desde que seja provocado pela essência maléfica do «tirano Bachar Assad». Estar informado é fácil, basta consumir o prato de resistência que nos é servido a cada jantar, dia-após-dia, com somas de pormenores macabros que não cuidam das recomendáveis doses q.b. e nos atormentam tanto a ingestão como a digestão para que a tragédia não passe de largo.
O mesmo aconteceu a propósito de Alepo, por exemplo; já não tanto no caso de Mossul, e de maneira nenhuma com o genocídio e os crimes contra a humanidade que continuam a ser praticados em Gaza. É naturalíssimo que assim seja: os critérios de selecção e a definição da escala de importância dos acontecimentos são inquestionáveis atributos dos agentes da informação global deste admirável mundo novo. E coisa alguma existe mais fácil de explicar do que uma guerra. (Abril)
quarta-feira, 14 de março de 2018
«O lado oculto das matanças de Ghuta»
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