[De Miguel] A crise económica e financeira latente no capitalismo mundial e que tem sido gerida passo a passo por governos de todo o mundo, transferindo riqueza pública para accionistas e gestões privadas, terá um novo desenlace. Resta saber se a capacidade de denúncia e combate dos trabalhadores será suficiente para travar avanços dos capitalistas e da grande burguesia ou se os estados ao serviço dessa classe conseguirão impor retrocessos. Não são os vírus que fortalecem o Serviço Nacional de Saúde, mas o investimento. Não é o hino cantado à janela que faz patriotismo, mas a solidariedade entre gentes da mesma classe.
Apesar de o hino que o corretor da bolsa canta ser o mesmo que canta o accionista de um monopólio e o mesmo que canta o operário, as suas pátrias são completamente diferentes. Enquanto o hino de um negro da periferia pode ser cabo-verdiano e a sua pátria ser a mesma que a do operário branco e nascido em Portugal no bairro ao lado.
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A pandemia pode alertar para as fragilidades do capitalismo, mas não o resolve. Ao mesmo tempo, será pretexto para a maior concentração e acumulação, com a destruição de economias periféricas e a aglutinação de actividades sob a asa de monopólios cada vez maiores. Trabalhadores sem emprego e estados depauperados para assegurar mínimos aos trabalhadores e máximos aos patrões.(manifesto74)
segunda-feira, 16 de março de 2020
«Isolados mas unidos sob o voo do abutre»
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