33 arguidos do 18/98 são presos e 6 saem em liberdade sob fiança
Xabier Otero, Iñaki Zapiain, Alberto Frías, Sabino Ormazabal, Fernando Olalde e Mario Zubiaga sairão em liberdade nas próximas horas, assim que paguem as fianças de 20 000 euros estipuladas esta noite pela Audiência Nacional. Para os outros 33 detidos, Ángela Murillo decretou prisão, situação em que já se encontravam outros três processados. No que toca à sentença, o Gara pôde saber que não será transmitida na segunda-feira, como previsto.
Depois da suspensão a que se viu forçada a audiência de segunda-feira à tarde, em que compareceram 15 dos arguidos, o resto dos detidos do Processo 18/98 compareceu ontem à tarde numa nova sessão, na qual se assistiu às mesmas irregularidades e vulnerabilidades processuais. Não obstante, os presos tomaram a palavra para responder aos juízes: “somos bascos e não impedireis que, seja como for, continuemos a trabalhar em prol da independência do nosso país”.
Na sessão de ontem, como na véspera, também se registaram irregularidades nas garantias jurídicas. De começo, todas as comparências voltaram a levar-se a cabo em grupo, extremo que a própria legislação espanhola impossibilita. E, se a lei estabelece que as audiências devem levar-se a cabo com intervalos de não mais de 72 horas, para a de ontem já tinham passado mais de cem. E para tudo isto se deve acrescentar que o preso político Iker Beristain, também arguido no Processo 18/98, não foi levado a Madrid.
A defesa nem sequer foi informada que na segunda-feira à tarde Beristain foi retirado da prisão de Teruel para ser transferido para o tribunal desta capital aragonesa, com vista a uma audiência excepcional. O jovem negou-se a participar nesta sessão e denunciou que, apesar de exigir a presença de um advogado de confiança, foi representado por um advogado indicado.
A advogada de defesa Arantza Zulueta informou este jornal que, na sessão de ontem na Audiência Nacional, os advogados dos detidos denunciaram “as evidentes irregularidades” que impregnaram todo o processo jurídico, e responsabilizaram o tribunal pela tomada de decisões com base “numa estratégia política concreta que nada tem a ver com decisões jurídicas”.
Uma acusação que for reafirmada pelos próprios detidos quando tomaram a palavra no encerramento da sessão. Denunciaram o impulso político em que se sustenta, tanto este Processo como a sua própria detenção, e avisaram que não constituirá obstáculo algum para que continuem o seu trabalho pela independência de Euskal Herria.
Por outro lado, familiares de Paul Asensio disseram que, com mandato, a Polícia espanhola revistou todos os bens que haviam sido confiscados na casa do jovem em Barrika, entre outras coisas, a caderneta de poupanças.