Mais de meia centena de pessoas participou no sábado na iniciativa de solidariedade com o País Basco organizada no Porto pela Associação de Solidariedade com Euskal Herria [ASEH] que teve a presença do jornalista e escritor, Rui Pereira.
A partir das 15:00, as pessoas começaram a chegar à Casa Viva na Praça Marquês de Pombal, no Porto, para assistirem ao debate que foi amplamente participado e que teve na mesa Rui Pereira e dois activistas da ASEH. De seguida, Stregul, Sobressaltos e Razer mostraram que a música pode ser um importante meio de denúncia do que se passa no País Basco.
O debate
A participação foi notória. Por um lado, aqueles que já conheciam a realidade que vive o povo basco denunciaram a situação e, por outro, muitos apresentaram as suas dúvidas. Durante cerca de três horas, debateram-se as razões históricas que conduziram ao conflito e a repressão de que é alvo um povo que vive aqui tão perto. A trégua, o Processo 18/98, a lei anti-terrorista, a lei dos partidos, a tortura e a manipulação da comunicação social foram alguns dos temas abordados. Curiosamente, enquanto a ASEH denunciava as pressões policiais, que vem sofrendo ao longo de anos, e a presença de forças policiais espanholas em território português, uma carrinha da polícia estacionada em frente à Casa Viva dava apoio a um dispositivo que fiscalizava os automóveis na zona. O que não é de estranhar tendo em conta que agentes de segurança também estiveram presentes entre os participantes do debate. O que importou, no entanto, foi a adesão da maioria das pessoas à importância de se denunciar o que se passa no País Basco.
Os concertos
As três bandas que quiseram dar voz ao povo basco mostraram que a música pode ser uma arma de denúncia. A noite começou com o hip hop corrosivo dos Stregul para, depois, dar lugar ao punk dos Sobressaltos e ao metal dos Razer. Durante os concertos, um projector lançava vídeos sobre a parede que ilustravam bem o dia-a-dia do povo basco e da repressão que vive.