domingo, 28 de maio de 2017

Polícia com carta branca para «atacar e atemorizar» jornalistas, alerta CNT

A central sindical CNT expressou o seu «profundo mal-estar e indignação» perante a decisão da Audiência Provincial de Madrid de indeferir o recurso interposto por quatro jornalistas agredidos pela Polícia enquanto faziam a cobertura de uma mobilização. «Estamos indignados, mas não surpreendidos: sabemos para quem e para quê está feito o sistema judicial», sublinha numa nota o sindicato.

A 29 de Março de 2014, a Polícia espanhola bateu em vários repórteres que registaram a detenção de uma pessoa durante o protesto designado como «Xeque ao Rei», em Madrid. Os jornalistas agredidos apresentaram queixa, que, depois de andar para trás e para a frente, acabou por ser arquivada pela Audiência de Madrid, com o argumento de que «não existem indícios de que o agente imputado quisesse impedir o exercício da liberdade informativa dos jornalistas presentes».

«É evidente que, para os juízes, atacar e intimidar jornalistas não é crime, sobretudo quando os que lhes dão tareia vestem uniformes e trazem pistolas», afirma a Secção de Imprensa e Agências de Notícias da CNT.

Para o sindicato, a decisão judicial, revelada esta semana, é «especialmente grave porque estabelece um perigosíssimo precedente: com este exemplo, os polícias poderão actuar de forma violenta contra os trabalhadores do sector, com a garantia de que terão completa impunidade».

«O Estado da Lei Mordaça, dos despejos e da corrupção é também o garante da intimidação policial contra todos, incluindo os jornalistas que se atreverem a documentar a sua violência institucional», salienta a CNT.

Neste contexto, o sindicato insta os trabalhadores da Imprensa a «unir-se para defender os seus direitos, tanto nas empresas como no desempenho das suas funções». «Não vamos tolerar as agressões nem a impunidade», destacou. / Ver: lahaine.org