[De Manuel Augusto Araújo] Anda o mundo, todo o mundo, infestado de performers que fazem parte do grande circo da estupidez sustentado pelo baixo clero destes tempos pós-modernos – curadores, comissários, produtores, gestores culturais, especialistas, muitos deles doutorados nessas malas-artes – que, com estas ou outras bananas, fazem parte da epifania colectiva destes tempos de danação em que quase deixa de haver lugar para a criação artística excepto a não ser como forma de ganhar dinheiro
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Há que perceber claramente que, para essa ordem capitalista, são de importância equivalente o controlo da produção de bens materiais e o dos bens imateriais. É tão importante a produção de bens de consumo e de instrumentos financeiros como a produção de comunicação que prepara e justifica as acções políticas e militares imperialistas através dos meios tradicionais – rádio, televisão, jornais – e dos novos proporcionados pelas redes informáticas, como é igualmente importante a construção de um imaginário global com os meios da cultura mediática de massas, e esse é o pântano em que evoluem e levedam as artes performativas. (Abril)