quinta-feira, 11 de abril de 2019
«Porque canta a prisão de Filadélfia»
[De António Santos] A mãe, Debbie Africa, militante da organização revolucionária MOVE, tinha acabado de ser condenada a cem anos de prisão mas tinha um último desejo: passar uma semana com o filho recém-nascido. Parir nem foi o mais difícil: deu à luz sozinha, sem um grito, no duche da prisão. Depois, cortou o cordão umbilical com os dentes e empurrou a placenta pelo ralo. «Quando eu chorava, as outras reclusas cantavam para que as guardas não se apercebessem. A prisão inteira cantava, tão alto quanto possível. Ninguém a denunciou», explicou-me. O mais difícil, garante Debbie, foi entregar o bebé de apenas uma semana às boquiabertas guardas prisionais. (avante.pt)