segunda-feira, 30 de maio de 2016

Quatro otxandiarras são julgados dia 2 na AN espanhola

Na quinta-feira, 2 de Junho, são julgados no tribunal de excepção espanhol os habitantes de Otxandio (Bizkaia) Miren Soloeta, Amaiur Lopez de la Calle, Aitor Uribe e Asier Duran. Acusados de organizar um acto em memória da militante basca Lucia Urigoitia, Lutxi, sua conterrânea, podem apanhar dois anos e meio de prisão, nove anos de inabilitação e 7200 euros de multa. O Ministério Público acusa-os de «enaltecimento do terrorismo».

Lucia Urigoitia, militante da ETA, foi assassinada pela Guarda Civil a 22 de Julho de 1987, em Trintxerpe (Pasaia, Gipuzkoa), com um disparo na cabeça à queima-roupa. Apesar dos esforços realizados para «fazer justiça», os factos continuam por esclarecer e, assim, os seus responsáveis nunca foram julgados.

O caso de Lucia Urigoitia figura num relatório elaborado pelo Governo de Gasteiz e enviado a todos os municípios da Comunidade Autónoma Basca. De acordo com esse informe, o juiz do Tribunal de Instrução número 2 de Donostia considerou que a bala que lhe atravessou a cabeça foi disparada com uma arma cujo canhão estava praticamente encostado à pele. Lembra, ainda, que houve acusações por falsificação de provas e uma intervenção extrajudicial na casa do juiz para substituir um casquilho de bala.

«Evocar Lucia Urigoitia e denunciar o facto de o seu caso continuar por esclarecer e sem julgamento foi, precisamente, o que fizeram estes quatro habitantes de Otxandio», afirma a plataforma Libre Otxandio, acrescentando que o julgamento em causa evidencia, mais uma vez, que a violência exercida pelo Estado goza de total impunidade. / Ver: BorrokaGaraiaDa

Ver também: «Urigoitia recibió un tiro en la nuca a bocajarro» (periodistacanalla.net)