[De Jorge Cadima] A propaganda nunca precisou de ser racional, nem basear-se em factos. Não tem de explicar por que haveria o governo sírio de usar armas químicas às portas de Damasco, quando já libertou mais de 90% desse território e negociava a rendição do último reduto. Nem por que haveria Putin de querer assassinar um espião inglês que o governo russo libertou em 2010, usando uma arma química que poderia ser ligada à Rússia, em vez duma banal arma de fogo (que, além de menos identificável, seria mais eficaz: o espião e a filha estão afinal vivos). Ou por que, sem razão aparente, escolheria fazê-lo uns dias antes das eleições presidenciais russas nas quais era candidato, e três meses antes do Campeonato do Mundo de Futebol que o seu país irá acolher. Tudo cheira a provocação, montada por quem quer inventar pretextos para a guerra.
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O verdadeiro ‘crime’ do povo e governo sírios foi terem resistido com êxito, e com a ajuda dos seus aliados da Rússia, Irão e Líbano, a mais uma guerra de agressão imperialista. É estarem a libertar a Síria e a derrotar os tenebrosos bandos de terroristas fundamentalistas que há muitos anos o imperialismo arma e financia, com a ajuda das mais bárbaras ditaduras do Médio Oriente (sempre sustentadas pelas ‘democracias ocidentais’) e do Estado sionista que massacra com impunidade o povo mártir da Palestina. Perante a derrota dos serventuários, os mandantes assanham os dentes. (
avante.pt)