[De António Santos] E há pouco tempo reencontrei o João no Facebook. Tive de ver as fotografias várias vezes para me certificar de que era mesmo ele. Nem sei como é que não chorei, pá. O gajo agora só partilha coisas do Chega, mete frases do troglodita do Ventura, faz comentários racistas, apela à morte de ciganos, comunas, pretos, paneleiros… O João, pá. O João, porra.
[…]
Tive de lembrar-me do João de 12 anos, que nunca me apagaria, que nunca me bloquearia. E depois, à medida que lhe percorria as fotografias do perfil, comecei a entender como é que a vida fez do João um fascista. Estavam ali dez anos anos a gritarem-lhe, a roubarem-no, a humilharem-no, a empobrecerem-no, a destruírem-no. E eu, onde é que eu estava esse tempo todo? (Abril)
quinta-feira, 23 de janeiro de 2020
«Amigos não deixam amigos ser fascistas»
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