[De José Goulão] Não vale a pena o ministro dos Estrangeiros tentar convencer os portugueses de que a suspensão da TAP imposta pelo governo legítimo da Venezuela é um «acto de retaliação» pelo reconhecimento de Juan Guaidó por Portugal. Nesse caso Caracas teria punido as companhias de bandeira dos mais de 50 países que apostaram no golpismo dirigido por Trump – o que não aconteceu. Ao invés, é a companhia aérea nacional da Venezuela que sofre – e arbitrariamente – os efeitos das sanções ditadas de Washington.
Alguma coisa a TAP e a diplomacia portuguesa fizeram em 13 de Fevereiro; seja o que for, é essencial que venha a conhecer-se. Bem basta que continuem os silêncios ministeriais sobre a eventual cumplicidade portuguesa – e da União Europeia – na apropriação indevida por Londres e Washington das toneladas de ouro venezuelano depositadas no Banco de Inglaterra; ou sobre o congelamento das contas da Venezuela no Novo Banco.
No website da Embaixada portuguesa em Caracas pode ler-se: a Venezuela «é um dos países da América Latina com o qual Portugal vem mantendo relações mais próximas».
Estranha diplomacia esta. (Abril)
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020
«Os inquietantes mistérios do voo TP173 para Caracas»
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