sábado, 16 de fevereiro de 2008

A ANV denuncia que a Guardia Civil levou documentos históricos durante as buscas efectuadas nas suas sedes

Repressão e censura contra o povo basco

O porta-voz da ANV [Acção Nacionalista Basca] em Barakaldo, Txiki Castaños, denunciou hoje em conferência de imprensa que, durante a busca policial efectuada na passada terça-feira na sede partidária, foram levados documentos que fazem parte da memória histórica do partido, e que “Barakaldo reviveu os tempos da ditadura com o dispositivo montado pela Guardia Civil, que impedia os habitantes de acederem às suas casas de maneira normal”.

“O objectivo foi proceder a uma espoliação cultural e histórica, que durou desde as 20h até às 2h30 da madrugada. Levaram documentos que formam parte da memória histórica da ANV, de Barakaldo e de Euskal Herria, e não sabemos se algum dia os voltaremos a recuperar”, acrescentou.

De acordo com o edil ekintzale, este arquivo foi reunido “ao longo dos anos”, com base na recuperação de numerosa documentação dispersa, a partir de fontes privadas, de arquivos de Salamanca ou de Madrid.

Gudaris fuzilados, batalhões...

“Entre outros, documentos de grande valor que recolhem dados sobre batalhões, a identidade de gudaris [combatentes] ekintzales mortos em combate ou fuzilados pelos fascistas, sobre as sedes da ANV ao longo da sua história, sobre todo o tipo de propaganda impressa desde o seu nascimento. Um património usurpado pelo franquismo e que hoje, através da acção da Guardia Civil, nos é uma vez mais arrebatado”, criticou.

Castaños recordou que a sua formação partidária tem mais de 75 anos de história e acrescentou: “nós lutámos contra o levantamento fascista contribuindo com diversos batalhões de gudaris, assim como contra o franquismo, fomos fundadores do Herri Batasuna e obtivemos centenas de representantes nas eleições de Maio de 2007”.

Neste sentido, considerou que a EAE-ANV é um actor “imprescindível para o conhecimento e a interpretação da história, do presente e do futuro do povo basco” e, por isso, adverte que “o desaparecimento da documentação citada implica privar Euskal Herria de uma fonte histórica fundamental”.

fonte: Gara