Não votar é um “acto de dignidade e rebeldia”
Mariné Pueyo, eleita independentista, expressou-se desta forma no comício realizado hoje no bairro de Txantrea, em Iruñea [Pamplona], na presença de cerca de uma centena de pessoas, reiterando o apelo aos cidadãos de esquerda e abertzales para que se abstenham nas próximas eleições de Março e façam assim “frente àqueles que não têm dignidade nem vergonha”.
Na mesma ocasião, dirigiu duras críticas ao Nafarroa Bai, assinalando que “são centenas de milhar os que estão fartos e cansados de abutres eleitoralistas”, e ao PSN, cuja actuação “frustrou uma e outra vez as ânsias de liberdade do nosso povo”.
Por último, considerou que a possibilidade de abrir a porta à independência é “real” – e que é nessa linha que se apresenta a proposta de um marco democrático –, sendo “por isso que se mandam para a prisão aqueles que contam o que ocorreu nas conversações de Loiola”.
Abstenção activa como “posicionamento frente ao Estado fascista”
O repto hoje lançado no bairro de Txantrea surge na sequência do plano apresentado, também em Iruñea, por uma trintena de eleitos independentistas no passado dia 21. Em conferência de imprensa, Arantza Urkaregi e Mariné Puyeo referiram que o Estado espanhol “voltou a deixar o movimento independentista sem nenhum direito civil e político, tendo como único objectivo fazer desaparecer a opção independentista”. Perante isso, apresentaram a “ferramenta de luta” para as eleições, que é a abstenção activa.
“Abstenção para nos apresentarmos como povo perante este Estado fascista e opressor; abstenção para impossibilitar uma nova fraude; abstenção para possibilitar a mudança política; abstenção para abrir as portas à independência. Oiçam-no bem: estaremos presentes no dia 9 de Março, e a abstenção em Euskal Herria chama-se independência”.
Depois da conferência de imprensa, e nas imediações do hotel onde foi proferida, vários agentes da polícia espanhola identificaram nove dos eleitos independentistas que participaram no acto, detendo-os durante 15 minutos.