Naquela que constituiu a sétima operação policial do género em oito meses contra jovens bascos, desta vez ordenada pelo juiz da Audiência Nacional Santiago Pedraz, e que teve lugar a partir da 1h30 da madrugada em várias zonas da capital alavesa, foram detidos, de acordo com informações do Ministério do Interior espanhol e do organismo anti-repressivo Askatasuna, Bergoi Madernaz, Aitor Juárez, Azaitz García, Jon Liguerzana, Ander Garai e Ganeko Urzelai.
São-lhes imputados actos de kale borroka [violência urbana] ocorridos em Gasteiz nos últimos meses, concretamente contra edifícios oficiais, sedes de partidos, entidades bancárias, transportes públicos e veículos de instituições, entre outros. Todos eles estão a ser transferidos para as instalações da polícia espanhola em Madrid. A Askatasuna informou que o juiz Santiago Pedraz aceitou as medidas solicitadas pelo advogado dos detidos: que sejam visitados por um médico da sua confiança, sejam videogravados em todos os momentos e que se comunique aos seus familiares como e onde estão em cada momento.
Durante as detenções, foram efectuadas buscas nos domicílios dos detidos, no bar Irauli, da rua Cuchillería, e no local Olarizumendi, situado no bairro de Olarizu. Segundo a Askatasuna, a polícia realizou vários graffiti no interior deste local, tais como «Viva Espanha» ou «Viva a Polícia». Ainda de acordo com o organismo anti-repressivo, os agentes policiais também fizeram desenhos por cima das fotos dos presos políticos bascos que se encontram na rua Cuchillería e, durante as buscas realizadas no domicílio de Ganeko Urzelai, um dos agentes da polícia espanhola ameaçou-o dizendo: “vais passar um mau bocado”.
Rubalcaba avisa, Askatasuna e EHE denunciam, moradores mobilizam-se
O ministro espanhol do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, destacou que a operação de hoje é “a sexta – não tem em conta a de Nafarroa Beherea – contra os grupos que apoiam a ETA através da violência de rua” e acrescentou que “não vai ser a última”.
A Askatasuna denunciou que “o Governo do PSOE pôs em marcha toda a sua maquinaria repressiva dentro da sua aposta para terminar com a luta a favor da independência” e recordou que desde o início de 2008 são já 101 as pessoas detidas pelas forças policiais francesas e espanholas. O organismo anti-repressivo destaca que a repressão “causa dor mas é estéril no que respeita aos objectivos políticos que persegue”. Por isso, pede que se apoie a atitude que milhares de cidadãos mantiveram no dia da greve geral, “mobilizando-se e organizando-se perante a repressão”.
O organismo Euskal Herrian Euskaraz (EHE) mostrou a sua preocupação pelo trato que possam receber os detidos e fez saber que um deles, Azaitz García, é membro do EHE. “Exigimos que se ponha fim a estes ataques”, assinalaram, enquanto manifestaram a sua solidariedade para com os familiares e amigos dos afectados.
Os habitantes de Gasteiz manifestam-se hoje às 20h00 a partir do Gaztetxe de Gasteiz e têm agendada para amanhã uma mobilização com início à mesma hora, a partir dos Correios.
Fonte: GARA