sexta-feira, 21 de março de 2008

Aberri Eguna 2008 [dia da Pátria Basca]

O manifesto “Nazioa gara. Zazpiak bat. Burujabetzaren alde”, elaborado pelo bertsolari Jon Maia, constitui o lema e o corpo da convocatória unitária que este domingo reunirá milhares de pessoas entre Irun e Hendaia, promovida por 59 pessoas de diferentes áreas sociais e geográficas de Euskal Herria, e que, na sua apresentação pública a 23 de Fevereiro no Palácio Miramar, em Donostia, juntou centenas de adesões de cidadãos bascos, entre eles, diversas personalidades do mundo social, político, cultural e sindical do país.

Tal como explicou na apresentação de Fevereiro o porta-voz do Fórum de Debate Nacional Abel Ariznabarreta, “hoje, em Euskal Herria há uma maioria social a favor do reconhecimento de Euskal Herria como nação, da territorialidade, do direito à autodeterminação e a favor do reconhecimento e das garantias em torno dos direitos que nos dizem respeito como nação, assim como dos direitos individuais e colectivos que nos assistem como cidadãos de Euskal Herria.

Uma reflexão que guiará a multidão que este domingo se dirigir à entrada de Ficoba para fazer o percurso até Hendaia, e que procurará, assim, “converter essa força numa força para a abertura de uma nova era em Euskal Herria”. O manifesto elaborado para o encontro deste ano constata que “somos uma das nações mais velhas da Europa. Nós, os bascos e as bascas de hoje, somos o último elo de uma grande corrente que percorreu os séculos. Somos as novas vozes de um forte canto pela liberdade”. Face a esta realidade, denuncia que, “todavia, não nos é reconhecido”. “Querem cortar a corrente, fazer calar a nossa voz. Negam-nos a vida, trabalhar e sentir como nação. Proíbem-nos decidir o nosso futuro como nação e ir construindo um país”, denuncia.

“Mas é inútil”, acrescenta, logo em seguida, e num contexto marcado pelo estado de excepção imposto a este país, os promotores da convocatória, as centenas de pessoas que aderiram ao texto, e os milhares que passarão por Irun e Hendaia, responderão que, “por cima de todos os ataques e criminalizações, reivindicamos a nossa identidade basca e com a mesma firmeza adoptamos o compromisso de continuar a trabalhar. Um compromisso invencível.”

Para o Nazio Eztabaida Gunea [Foro de Debate Nacional] “chegou o tempo de conquistar o lugar que nos pertence como nação no mundo”, o momento de “garantir todos os direitos que nos correspondem como cidadãos bascos”. “Estamos nesse momento e, felizmente, não há volta a dar, estamos no alvor da soberania”.

em GARA.net