Já era hora de o Estado espanhol promover a paz e não a guerra. A ilegalização sucessiva de formações partidárias da esquerda independentista configura um atentado à democracia. Entre 10 a 20 por cento dos cidadãos bascos vão ficar sem direito a representação política. A par disso, o bloqueio a todas as formas de luta pacífica abre caminho à violência. Uma violência que não é característica do povo basco. Como todos os outros, somente reivindicam o direito a decidir o seu próprio futuro. Os cerca de 800 presos políticos, os cidadãos torturados, os activistas bascos assassinados ao longo de décadas, as ilegalizações de jornais e rádios demonstram que o Estado espanhol detém a maior parte do monopólio de violência nesta guerra entre o povo basco e os Estados espanhol e francês. Contudo, todas as partes deveriam trabalhar pela paz. Durante o cessar-fogo da ETA, o Estado espanhol manteve as prisões, a tortura e a ilegalização de partidos. A paz não se constrói apenas a partir de um lado. Constrói-se através do diálogo político e do respeito pelo direito à autodeterminação do povo basco.
Pela paz, autodeterminação!