Apelo à construção de “muralhas populares” frente à “estratégia de guerra dos estados”
Tendo em vista o julgamento contra gestoras pró-amnistia e a Askatasuna, que se inicia na Audiência Nacional espanhola a 21 de Abril, vários dos imputados no processo ofereceram hoje em Bilbau uma conferência de imprensa, em que estiveram também presentes ex-presos políticos, familiares de presos e membros da EAE-ANV, entre outros, tendo lido um comunicado em que denunciam o julgamento.
O texto explica que os 27 imputados irão ser julgados “por organizar o apoio e a solidariedade que têm em Euskal Herria as pessoas que são reprimidas por lutar; por oferecer assistência e apoio às vítimas da guerra suja, aos presos e exilados, aos torturados, detidos, familiares, etc.”.
Segundo explicaram, “na ditadura de Franco, na transição posterior e na mal chamada etapa democrática, utilizaram uma infinidade de vias repressivas com o objectivo de oprimir este povo (...), sempre com o claro objectivo de procurar a morte de Euskal Herria”.
Mas, tal como afirmaram, “até nos momentos mais duros, este povo soube levar a sua avante, e a repressão teve uma resposta organizada”. “Somos um testemunho incómodo para o Estado, e pomos um travão à política de repressão que aplicam a este povo”, continuaram.
Muralhas populares
Também chamaram a atenção para o facto de o Governo do PSOE, “o mesmo que criou os GAL, querer fazer desaparecer, com receitas antigas, a luta a favor dos direitos de Euskal Herria” e, “através deste julgamento, apagar do mapa o movimento pró-amnistia, para poder reprimir sem limites este povo”.
“Não conseguiram e não irão conseguir parar o movimento pró-amnistia, porque este movimento é formado por milhares de pessoas, organizadas em todo o País Basco. Poderão ilegalizar organizações, nunca as pessoas; poderão encarcerar as pessoas, nunca as ideias”, assinalaram.
Por último, apelaram aos cidadãos bascos para “fazerem frente a este julgamento, associando-se às dinâmicas populares em prol da amnistia e contra a repressão, construindo muralhas populares frente à estratégia de guerra dos estados, para pôr limites ao estado de excepção permanente que se vive em Euskal Herria”.
em Gara.net