quinta-feira, 3 de abril de 2008
Comité Olímpico Internacional dá o País Basco como exemplo
Tommie Smith e John Carlos nos Jogos Olímpicos do México
Em resposta às pressões internacionais para que o Comité Olímpico Internacional (COI) critique a actuação da China nos recentes desacatos no Tibete, o presidente da organização desportiva deu uma resposta à altura. Hein Verbruggen afirmou que o COI não tem qualquer responsabilidade ou influência sobre a situação política no Tibete. E de uma cajadada só matou dois coelhos: "Observando as cidades candidatas aos jogos de 2016, deveria o COI estar obrigado a falar, porque Madrid é candidata, das pretensões de Euskal Herria de ser independente de Espanha? Ou o COI, porque Chicago é candidata, tem que pronunciar-se sobre Guantanamo ou sobre o Iraque?"
Na realidade o caso tibetano pouco ou nada tem a ver com o País Basco. Na vanguarda da luta pela independência tibetana está o clericalismo mais reaccionário apoiado pelas potências imperialistas. Não é por acaso que a comunicação social manipula a realidade do que se passa naquela região asiática. O mesmo jornalismo que diz defender os direitos humanos no Tibete não se preocupa com os quase 1000 presos políticos bascos, com os casos de tortura, com os exilados, com a ilegalização de partidos, com as cargas policiais, com os direitos humanos do povo basco. A razão é clara e prende-se com os interesses que estão na base de cada uma das lutas. No caso tibetano, às potências imperialistas interessa-lhes criar problemas à China e apoiar o velho sistema feudal no Tibete. No caso basco, não interessa criar problemas aos Estados espanhol e francês e apoiar uma luta que é levada a cabo por quem quer um País Basco livre e socialista.