Os trabalhadores da Administração Pública que fizeram greve no passado dia 14 de Fevereiro estão a ver aplicadas, no seu último pagamento, deduções que vão até aos 180 euros, por “incumprimento de jornada”, quase o dobro do que lhes foi deduzido noutras paralisações, “quando a única coisa que fizeram foi exercer o seu direito à greve”, segundo denunciou o sindicato LAB. Como exemplo comparativo, aos trabalhadores que secundaram a greve convocada pelos professores de Educação Física, também em Fevereiro, foram-lhes descontados 90 euros.
A representante do sindicato Mari Carmen Urteaga compareceu em Donostia acompanhada por membros do LAB e de trabalhadores que participaram na greve de dia 14 para denunciar a actuação do Executivo de Lakua e a “decisão fascista” por este adoptada, com o objectivo de deslegitimar e “retirar o carácter político” ao protesto.
Urteaga afirmou que o Governo autonómico está a impor um “castigo exemplar” aos trabalhadores com o propósito de “punir o compromisso” e “deixar um aviso com vista ao futuro”.
O LAB considera “vistoso” que o conselheiro do Trabalho, Joseba Azkarraga, enquanto “aparentemente se mostra contrário às ilegalizações”, tenha “aplicado um castigo destas dimensões”. Por isso, crê que se trata de uma “decisão política”. “O Governo escondeu muitas vezes a cabeça ou colaborou com a repressão procedente de Madrid. Desta vez, o Governo e o conselheiro do Trabalho estão a fazer o trabalho do governador civil”, denunciaram. Para além disso, recordaram que na véspera de 14 de Fevereiro Azkarraga “pôs em causa a legitimidade da greve e ameaçou com consequências. Agora decidiu cumpri-las”.
Os representantes do LAB questionaram-se se o objectivo desta actuação “repressiva contra os trabalhadores” se deve ao facto de “o quererem vender em Madrid e pensarem que pode ajudar nas negociações” com o Governo espanhol.
em GARA.net