A vereadora do EA [Eusko Alkartasuna] no município de Muskiz, Mari Leo Calleja, apresentou a sua demissão depois de na sessão plenária de ontem se ter obrigado os porta-vozes da ANV a sentarem-se com o resto do público e a abandonarem o lugar que ocupavam, junto à mesa dos vereadores.
Na sequência das eleições municipais de 2007, a EAE-ANV [Acção Nacionalista Basca] de Muskiz conseguiu dois representantes na Câmara Municipal, mas a sua candidatura foi ilegalizada pelos tribunais espanhóis, que os impediram de aceder aos seus cargos. Desde então, num município governado pelo EA e pelo PSE [Partido Socialista de Euskadi], os seus representantes têm vindo a intervir em cada um dos pontos tratados nas sessões plenárias. Na sessão celebrada ontem, o porta-voz do PSE, Fernando Martín, solicitou ao presidente do município, Gonzalo Riancho (EA), que fizesse cumprir o regulamento municipal e obrigasse os porta-vozes abertzales, que se sentavam perto da mesa dos vereadores, a sentar-se entre o público. Os dois representantes legítimos da EAE-ANV negaram-se a abandonar o lugar em que se encontravam, e o presidente do município decidiu suspender a sessão plenária.
Em declarações à agência EFE, Mari Leo Calleja, explicou que decidiu apresentar a sua demissão por ter aceitado aceder ao cargo de vereadora, que “pertencia à ANV” (caso a tivessem deixado apresentar-se), com a condição de que todas as pessoas, “legais ou ilegais”, pudessem ter voz nos plenários. Afirmou que o PSE aceitou estas condições quando chegou a um acordo de governo com o EA, e disse ainda que até ao momento se tinham vindo a celebrar “umas sessões plenárias magníficas, em que cada qual podia expressar a sua opinião, e que tudo correu muito bem até ontem, quando o representante do PSE decidiu pedir que se cumprisse a legalidade”.
Calleja, vereadora responsável pela área da Igualdade e Direitos Humanos, indicou que a EAE-ANV possui um apoio importante em Muskiz e que há que ter esta formação em conta. Assinalou ainda que apresentou verbalmente a sua demissão perante o presidente da edilidade, e que o fará por escrito nos próximos dias.
em GARA.net